Afirmação negra e resistência à violência são dimensões da música reggae em Feira
13 de maio de 2021
Duas dimensões relacionadas à expressão musical do reggae na população feirense foram abordadas pelo vereador Jhonatas Monteiro (PSOL) durante pronunciamento, esta semana, na Câmara Municipal. Segundo o vereador, a primeira dimensão diz respeito à afirmação negra; já a segunda dimensão está atrelada à violência, especificamente a resistência que acomete a juventude.
“Se, de algum modo, o reggae saiu da Jamaica como sendo um estilo musical localizado, de um determinado grupo social, agora ele já tomou conta do mundo como uma música que afirma a presença negra e o protagonismo negro na história. Nós vemos nesta Casa o quanto ainda é difícil o enfrentamento ao racismo, e o quanto, muitas vezes, num espaço institucional que deveria acolher e legitimar os direitos da população negra, a negação desses direitos acontece”, disse.
Segundo Jhonatas, a dimensão que tange a violência acomete, principalmente, a juventude de Feira de Santana. “A resistência serve para que não seja aceita passivamente a violência que acontece em nossa cidade e que acomete, principalmente, as periferias. Essa talvez seja a marca mais profunda que faz com que o reggae seja cantado na Rua Nova e em outras comunidades feirenses, porque ela diz respeito a uma realidade que está posta hoje e que precisa ser enfrentada”.
Ainda segundo o vereador, o reggae é uma expressão musical que tem presença no mundo todo. Artistas de Feira de Santana, inclusive, têm projeção nacional, a exemplo de Dionorina, Jorge de Angélica, Gilsan, Edson Gomes, Nengo Vieira, Tom Brown e as bandas Tribo de Jah e Jah People. Cumpre destacar que o Dia Nacional do Reggae foi comemorado na última terça (11).