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Anemia falciforme: unidades de saúde descumprem protocolo de atendimento
11 de março de 2024

O protocolo de atendimento das pessoas portadoras da anemia falciforme, no que diz respeito ao quesito prioridade, está sendo descumprido em Feira de Santana, principalmente em unidades de saúde voltadas às situações de urgência e emergência. A informação é do vereador Jhonatas Monteiro (PSOL), que fez pronunciamento sobre o assunto, na Tribuna da Câmara cobrando uma resposta das secretarias de Saúde do Município e do Estado. De acordo com o parlamentar, um número significativo de pessoas que convivem com a doença tem se queixado do atendimento nas UPAs da Prefeitura, e também na do Clériston Andrade – além do próprio Hospital Geral Cleriston Andrade e do Hospital Estadual da Criança (HEC).

A UPA do HGCA, este hospital e também o HEC são administrados pelo Governo da Bahia. Segundo Jhonatas, existe, inclusive, denúncias sobre isto na Ouvidoria do Sistema Único de Saúde, bem como um conjunto de tentativas de acionar a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), “mas as pessoas não têm tido retorno”. Em 2020, ele assinala, até houve uma reunião, com a presença dos coordenadores do Núcleo Regional de Saúde, do Programa de Equidade, da direção do HGCA e de outros representantes da área estadual para tratar do assunto. Na ocasião, informou Jhonatas, ficou definida a apresentação da carteirinha de identificação do doente como medida para agilizar o atendimento preferencial destes pacientes, independentemente da demanda no momento.

Mas o problema, observou, às vezes ocorre devido a falta de compreensão por parte dos profissionais de saúde em relação a especificidades do doente falciforme. “Ao não visualizarem uma situação aparente de sofrimento no paciente, eles acabam achando que não se justifica uma prioridade no atendimento. “Não entendem que a pessoa precisa ser atendida de acordo com este direito conquistado. E em algumas unidades, os pacientes sequer estão sendo recebidos”, protestou o parlamentar, ao cobrar a adoção de providências por parte dos responsáveis pela temática na Sesab.

Jhonatas Monteiro citou, ainda, que os pacientes também têm enfrentado problemas de demora no atendimento ou agendamento de retinoplastia [condição oftalmológica que afeta a retina e impacta a visão] e falta de medicamentos, como o ácido fólico.

MAIS DE R$ 100 MIL SEM UTILIZAÇÃO

Em Feira, a deficiência no funcionamento do serviço voltado a esses pacientes, não se deve á falta de recursos financeiros, segundo entendimento do vereador Jhonatas. Ele reclamou que valores de emendas orçamentárias [inclusive indicados por seu mandato], direcionadas ao Centro Municipal de Apoio à Pessoa com Doença Falciforme, totalizando mais de R$ 100 mil, não têm sido aplicados pela Prefeitura. “Inexplicavelmente, entra ano e sai ano, as pessoas que têm a doença falciforme continuam negligenciadas, mesmo havendo recursos”, criticou.

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