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Câmara celebra 55 anos do MOC com sessão e feira de produtos rurais
8 de agosto de 2022

Quando a voz da verdade se ouvir / E a mentira não mais existir / Será enfim, tempo de eterna justiça/ Sem mais ódio, sangue ou cobiça, vai ser assim … / Reinado do Povo. Os versos da música cantada por Padre Zezinho serviram de inspiração para os participantes da sessão solene comemorativa dos 55 anos de fundação do Movimento de Organização Comunitária (MOC), na manhã desta sexta-feira (5). A emoção perpassou todos os pronunciamentos e chegou ao plenário e à galeria.   

  

O trabalho sólido e produtivo do MOC, criado por iniciativa da Diocese de Feira de Santana, em 1967, foi destacado pelo vereador Professor Ivamberg (PT), bem como a participação do então recém formado padre Antônio Albertino Carneiro, da Paróquia de Senhor do Bonfim, e do sociólogo José Batista. “Nesse momento em que pessoas estão passando fome em nosso país e há o risco de desmonte da democracia, é a nossa união que pode transformar essa situação”, defendeu.   

  

Destacando a importância do voto e que foram que foram os movimentos sociais que fortaleceram o regime democrático brasileiro, Ivamberg disse que os responsáveis por isso tiveram o MOC como escola e citou um dos fundadores, à época padre progressista da Paróquia Senhor do Bonfim, do bairro Cruzeiro. Cruzeiro. Em vídeo, Albertino Carneiro, responsável inclusive pela escolha do nome da entidade, contou a história da criação do MOC em plena ditadura. “ Não me prenderam porque eu era padre”, disse o homenageado da sessão.    

  

Na primeira celebração de aniversário do MOC na Câmara, conforme lembrou a coordenadora Célia Santos Firmo, foi reafirmado que as ações dos movimentos sociais não somente contribuem para o exercício da cidadania, como para melhorar a vida das pessoas. Esses movimentos, segundo Dom Zanoni Demetino, Arcebispo Metropolitano de Feira de Santana. “Ainda adolescente, lembro do meu pároco, Dom Hélder Câmara silenciado pela ditadura”, contou, citando uma frase do religioso: “Quando dou o pão aos pobres, me chamam de santo, quando pergunto a causa de sua pobreza, me chamam de comunista”.  

  

“Se a gente morrer nessa luta, o sangue será a semente”, profetizou Conceição Borges, presidente do MOC e do Conselho Estadual de Desenvolvimento Territorial. Ela discursou – e cantou – a sobre a força das comunidades rurais, especialmente as mulheres. “Essa é a essência do MOC”, pontuou. Naidson Baptista, representante da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), ressaltou a participação de Ildes Ferreira (já falecido) na construção de um movimento sustentado pela busca dos direitos das pessoas. “O direito de ter direito”, enfatizou, citando ações de grande alcance, como a erradicação do trabalho infantil, a aposentadoria dos mutilados do sisal.  

  

O vereador Silvio Dias (PT), que dividiu a condução da sessão com Professor Ivamberg, lamentou que ainda existem pessoas que defendem a volta da ditadura. “É porque não conheceram ou não aprenderam nada”, acrescentou, parabenizando a resistência do MOC. Também se pronunciaram durante a sessão o deputado federal Zé Neto (PT), Terezinha de Jesus, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar; e Dinalva Leite, funcionária mais antiga do MOC, dentre outras pessoas. Durante toda a manhã a área externa da Casa da Cidadania foi movimentada por uma feira organizada por trabalhadores rurais.  

  

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