Celebrando 24 anos este mês, Movimento Água é Vida surgiu de luta contra privatização da Embasa, em 1997
25 de maio de 2021
O Movimento Água é Vida nasceu a partir de uma crise na saúde pública em Feira de Santana, em abril de 1997, quando o Hospital Geral Clériston Andrade recebia grande demanda de pacientes mas faltavam profissionais. A lembrança é do presidente da entidade, Carlos Soares, que falou sobre o MAV nesta terça (25) na Tribuna Livre da Câmara.
Ele recorda que, entre os pacientes, um jovem de 19 anos foi ao HGCA em busca do atendimento e retornou para casa, no George Américo, sem ter tido assistência. Então, uma mobilização do padre Luiz Angelo junto com o falecido ex-vereador e secretário Ildes Ferreira resultou em uma missa ecumênica em frente ao hospital, celebrada pelo arcebispo dom Itamar Vian. Foi criado à época o Movimento em Defesa da Saúde Pública de Feira.
No mês seguinte, exatamente em 21 de maio, diante de um projeto do Governo do Estado propondo privatizar a Embasa na Bahia, aqueles mesmos envolvidos na luta pela saúde criaram o MAV com o objetivo de impedir a privatização.
“Conseguimos 24.998 assinaturas de eleitores locais e lutamos junto a esta Câmara. Revertemos o quadro”.
A presença de um representante na Tribuna Livre da Casa da Cidadania, considerado evento comemorativo pelos 24 anos do Movimento Água é Vida, nesta terça-feira, é dedicada a Ildes Ferreira. Carlos Souza lembra de uma coincidência envolvendo o ex-vereador e o MAV: a entidade que Ildes ajudou a criar nasceu em um 21 de maio, mesma data da morte dele, em 2019. “Teve participação importante nas nossas lutas e conquistas”, reconhece.
Ao apresentar um balanço das atividades do MAV nestas quase duas décadas e meia de existência, Carlos Souza disse que foram realizados nove seminários sobre saúde e meio ambiente e sete caminhadas relativas à questão da água no Município (inclusive fonte do Lili, rio Jacuípe, entre outras). Por iniciativa do Movimento, a Prefeitura transformou o antigo Departamento de Meio Ambiente em Secretaria e o Condema (Conselho Municipal de Meio Ambiente) ampliou de sete para 21 membros. Também defendeu a criação dos conselhos de saúde nas comunidades, conforme preconiza o SUS, o que se tornou realidade em Feira de Santana, ao menos em alguns bairros. Este ano, foi iniciado pelo MAV o programa Agentes Educadores. Sete estão atuando nos bairros Viveiros, Feira 10, Santa Mônica e Limoeiro, além dos distritos Jaíba e Tiquaruçu.