Gestores precisam entender que é necessário investir na saúde mental
7 de outubro de 2021
“Os gestores precisam entender que é necessário investir na saúde mental, e não é só na questão dos medicamentos, mas na formação de uma equipe multidisciplinar que, em termos de seres humanos, eles têm e muito. Mas para essas pessoas trabalharem, elas precisam de materiais”. A declaração é de Iracy Pereira de Andrade, presidente da APEDEPI e membro do Coletivo Feirense da Luta Antimanicomial, que discursou sobre o assunto durante o uso da Tribuna Livre na Câmara Municipal nesta quinta (7).
De acordo com Iracy, infelizmente a saúde mental vai muito mal. “Existe uma reforma psiquiátrica que está engatinhando ainda; em Feira de Santana existem os CAPS 1, 2 e 3. O 3 é o único que interna paciente, e ele está atendendo as pessoas em condições precárias, literalmente. As pessoas são internadas em um quarto vizinho ao outro, com portas abertas; em uma sala ficam homens e, em outra, ficam mulheres. São pessoas sedadas, que não estão em condições de responderem por seus atos, e que a gente não tem como saber o que pode acontecer”, disse.
Ainda segundo Iracy, o CAPS 3 seria entregue no mês de dezembro de 2020, mas infelizmente isso não aconteceu, devido à prioridade que foi dada às obras do centro da cidade. “A gente entende que tem mais visibilidade em ano de eleição. Inclusive gostaria até de pedir que uma comissão aqui da Câmara possa ajudar a movimentar esta obra, porque senão o prejuízo fica pra quem? Para o bolso do cidadão”, pontuou.
Lembrou que no mês de setembro foi comemorado o “setembro amarelo”, que busca combater o suicídio. “Infelizmente os números são assustadores; os casos de suicídio têm aumentado ainda mais e, com a pandemia, isso piorou muito. “São mais ou menos 800 mil casos; o Brasil só perde para os Estados Unidos. Tem muita coisa que pode ser feita através da reciclagem. O meio ambiente está pedindo socorro. Então é muito melhor, muito mais saudável investir em terapia para diminuir o uso de medicamentos. Gostaria que a comissão de saúde da Câmara pudesse rever a situação dos CAPS”, disse.