Misturar política com religião é “forma raivosa de tratar escritos da Bíblia”, diz vereador católico
27 de setembro de 2022
Prática que se tornou comum no Brasil, ultimamente, a “mistura” da religião com o debate político está sendo condenada pelo vereador feirense Sílvio Dias (PT). “Creio que não devemos. Políticos de direita, segundo ele, estariam explorando equivocadamente essa discussão, “propagando que a esquerda é isto ou aquilo, que é demônio”. Católico, ele acredita que esta é uma forma de “tratar de maneira raivosa os escritos da Bíblia”. Evocando o “aprendizado com Cristo e o exemplo que nos deu”, o petista observa que “andava com as pessoas pobres, mais simples da época, as mulheres, prostitutas, ladrões, aqueles que faziam parte da classe baixa da sociedade, deu exemplo de repartir e em momento algum discriminou, pelo contrário, sempre acolheu”.
Em sua análise, o que fica da lição expressada por Jesus é “acolher e abraçar principalmente os mais simples, não denegrir os que fazem no dia a dia o cristianismo”. Para Sílvio Dias, o ensinado por Jesus não é seguido por políticos de direita, quando seus representantes falam em pátria e família, na medida em que “discriminam os gays, as mulheres e outros segmentos e, em vez de repartir, acumulam”. A menção é aos “cento e tantos imóveis comprados pela família do presidente Jair Bolsonaro, 51 deles em dinheiro vivo”. Sobre este assunto, amplamente divulgado em diversas versões no noticiário político, o vereador questiona: “Isto é democracia, ou cristianismo?”