Sem o acompanhamento de profissionais especializados, distribuição gratuita de medicações, suplementos alimentares, fraldas e outros recursos, pais e responsáveis de crianças com microcefalia compareceram hoje (16) à Câmara de Feira de Santana, para reclamar contra o Governo Municipal. Ao discursar na Tribuna Livre da Casa da Cidadania, a mãe de uma criança com esta condição, Karine Silva Santos, alertou para o aumento de internações desses pacientes devido à perda de peso. Problema que, segundo ela, poderia ser evitado se houvesse maior assistência da Prefeitura, através do suporte nutricional e auxílio de fonoaudiólogo capacitado para trabalhar o processo da deglutição.
Karine Silva acrescenta que muitas crianças com microcefalia também não são acompanhadas por terapeutas ocupacionais, profissionais que integram o quadro multidisciplinar do suporte preconizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Quando esta assistência é ofertada, ela diz que diversos cuidadores precisam lidar com a falta de transporte acessível a estas crianças, que em muitos casos precisam utilizar cadeira de rodas: “Na zona rural é ainda pior. Na Matinha, por exemplo, as crianças não têm este serviço para ir ao médico, fisioterapia e outros”.
REMÉDIOS À BASE DE CANABIDIOL
Com propriedades anticonvulsivas, medicações à base do canabidiol – substância derivada da Cannabis – são, em muitos casos, prescritas para a melhora do quadro clínico de crianças com microcefalia. Estes medicamentos, no entanto, têm alto custo e não são fornecidos gratuitamente em Feira de Santana. Segundo Gabriel Galiandro da Silva, que também discursou em Tribuna Livre, o seu filho abandonou o uso de três remédios anticonvulsivantes a partir do uso do canabidiol. “Deve haver um levantamento para identificar quantas crianças precisam do canabidiol em Feira e promover a sua distribuição gratuita”, sugeriu.
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