Uma verba superior a R$ 2 milhões, que deveria estar sendo usada na abertura de prontos-socorros avançados com respiradores e leitos para assistir a pacientes de Covid-19 em Feira de Santana, encontra-se “travada em Brasília”. A informação foi dada nesta quinta (14), pelo deputado federal Zé Neto (PT), que participou de audiência pública promovida na Câmara Municipal pela Comissão Especial de Combate à Covid-19 criada recentemente pelo Legislativo. O recurso é fruto de emenda parlamentar de sua autoria e a demora em sua aplicação decorre, segundo ele, “em parte, por falta de ação mais direta da própria Prefeitura”. O petista reclama que, até agora, o Governo Municipal não fez uma reunião (sequer) com representantes dos órgãos de saúde do Estado. “Precisa existir este relacionamento”, conclama. Também protesta pela inexistência de um comitê municipal de crise, que sugeriu há meses.
Estima-se em 11%, segundo informa, os óbitos por coronavírus de pacientes que se encontram em suas residências e não em um hospital. “Muitas pessoas (residentes em Feira), que estão morrendo em casa ou sendo transferidas para Salvador, não entram na conta”. O número indicaria, em sua avaliação, que não existe controle sobre os dados oficiais das mortes causadas pela doença, mas “nas redes sociais, se diz que Feira está bem”. Uma parte das vítimas perde a vida por falta de leitos de UTI, afirma. Também lembra que muitos estão morrendo não exatamente de Covid-19, mas de suas sequelas. “Lázaro não morreu de coronavírus, mas de situações geradas, comorbidades como problemas respiratórios e hepáticos. Não estão entrando na conta essas mortes”, adverte.
Enquanto isso, conforme o deputado, diretores dos principais hospitais de assistência a pacientes da doença, em Feira de Santana, estão se preparando para uma possível alta de internamentos, decorrentes do último feriadão da Semana Santa. Ele disse ter obtido esta previsão em conversa com os próprios dirigentes das unidades públicas especializadas em Covid-19 nesta cidade – Hospital Geral Clériston Andrade e Hospital Municipal de Campanha. “Já são passados 13 ou 14 dias, virão os reflexos”, observa o deputado, ciente de que, naquele período, ocorreram aglomerações.
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