A professora Crispina Pereira Daltro, com trajetória marcante na área de educação e ações sociais, na sede e zona rural de Feira de Santana, “viveu para servir ao próximo”. Esta é a forma como ela foi definida pelo neto, Gabriel Soares Daltro, durante sessão solene na manhã de hoje (11), onde a educadora foi homenageada pela Câmara Municipal, “in memorian” – Crispina faleceu recentemente – com a Comenda Maria Quitéria. A honraria, proposta pelo vereador Petrônio Lima (Republicanos), foi entregue ao filho dela, Carlos Henrique Pereira Daltro. Além de Gabriel e Carlos Henrique, integraram a Mesa de Honra, o autor da sessão, o viúvo José Pereira Daltro e a presidente da Associação Cultural Odungê, líder de movimentos sociais Lurdes Santana, que representou a desembargadora Luislinda Valois.
Atualmente assumindo a presidência da Associação das Voluntárias Sociais do Campo Limpo, em substituição à avó, Gabriel Soares garantiu que está contribuindo para que o legado da professora tenha continuidade. “Estamos dando sequência ao trabalho dela”, afirmou ao agradecer à Câmara Municipal e à Associação Cultura Odungê, pela homenagem prestada. Ele lembrou que Crispina Pereira Daltro, de origem quilombola, soube enfrentar desafios desde a infância, quando foi adotada pela família de uma professora.
No distrito Maria Quitéria (antigo São José das Itapororocas), assinalou, Crispina colaborou com povoados como Ovo da Ema e Garapa e fundou escolas. “Juntamente com as amigas dona Bia (Maria São Pedro) e dona Lena, colaborou na criação de escolas como a Nóide Cerqueira, antes denominada 16 de Maio. Mesmo após se aposentar, prestou concurso para agente comunitário de saúde e fundou uma associação no Campo Limpo. A entidade oferecia, por meio de parcerias, cursos, cestas básicas e leite em apoio às pessoas da comunidade.
Petrônio Lima destacou que Crispina merece a homenagem por ser uma pessoa com relevantes serviços prestados à sociedade feirense, muito importantes no bairro Campo Limpo e outros da região. Seu trabalho atendia a centenas de famílias em busca de auxílio. “De fato, além de professora, era uma ativista social que dedicou sua vida a ajudar o próximo”, frisou.
Filha de Maria São Pedro (dona Bia, amiga da homenageada), Lurdes Santana destacou que estas duas mulheres entenderam a necessidade de fazer algo pela valorização da educação. “Apesar de encontrarem às vezes portas fechadas, correram bastante e conversaram com prefeitos visando conseguir escola pública de qualidade para o Campo Limpo”, observou. Lurdes pretende lutar agora para a mudança do nome das escolas Nóide Cerqueira e Judite Alencar, respectivamente para Maria São Pedro e Crispina Pereira Daltro. “É uma justa homenagem”, ressaltou.
Responsável por receber a Comenda pela homenageada, Henrique Pereira Daltro disse que toda a família se sente agradecida pelo reconhecimento do trabalho. “Ela deixou um grande legado, que nos mostra a diferença que é, em meio à sociedade, fazer o bem sem olhar a quem. Isto servirá para que possamos nos inspirar e seguir em frente”, declarou.
No plenário, marcaram presença familiares e amigos da homenageada. Dentre eles, Taiane Freitas Daltro, Angelita Lima Santos, Cláudia de Sousa Santana, Cleide Santana de Oliveira, Dandara de Sousa Daltro, Francisca Alcantara dos Santos, Isabela Queiroz dos Reis Serra Daltro, João Marcelo Sousa Daltro, José Ferreira de Almeida, Josenilda Daltro de Jesus, Maria Lúcia dos Santos Costa, Mateus Pinheiro, representando o ex-prefeito José Ronaldo.
História
Feirense, do distrito de Maria Quitéria (antigo São José das Itapororocas), Crispina Pereira Daltro, após os cinco anos de idade, passou a morar na zona urbana do Município (bairro Cidade Nova) com a família adotiva. Teve a sua vida marcada pela paixão à educação. Ao se dedicar à alfabetização da própria família, viu florescer uma enorme paixão pela causa. Lecionou primeiramente em uma escola na Fazenda Saco do Capitão. Tempo depois, fundou uma outra escola, cuja denominação homenageava seu bisavô, Belmiro Moreira Daltro. Na zona urbana, trabalhou no Colégio Estadual Fabiola Vital (atualmente, unidade da rede municipal). Ao perceber que a unidade já não atendia a demanda, fundou juntamente com a amiga Maria São Pedro (dona Bia), a Escola 16 de Maio. Foi uma das responsáveis pelo movimento popular que resultou na construção da Escola Doutor Nóide Cerqueira e Creche Judite de Alencar Marinho, pelo governo municipal.
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