“Alguém pediria para não ter nascido?”, questiona vereador evangélico, sobre o aborto
28 de abril de 2022
Uma declaração recente do ex-presidente Lula, sobre o aborto, causa indignação ao vereador evangélico Edvaldo Lima (MDB). Segundo ele, em pronunciamento na Tribuna da Câmara Municipal, o petista defendeu “que todos deveriam ter direito ao aborto, uma questão de saude pública”. Para o vereador, essa é uma tese da “esquerdopata, que não gosta da vida”. Se estivesse diante dele, diz Edvaldo, lhe faria a seguinte pergunta: “e se sua mãe tivesse lhe abortado, o senhor estaria aqui hoje defendendo esta prática?”. Entende que as pessoas favoráveis ao aborto não deveriam ter sido agraciados com a vida.
“Alguém, por acaso, pediria hoje para não ter nascido?” questiona. Impedir o nascimento de uma criança, ele afirma, é não o clamor dela pedindo para não ser morta. Edvaldo Lima, que é pastor, lembra que na Colômbia há liberação para mulher grávida abortar até com seis meses de gestação, o que em sua opinião configura assassinato. “Aos seis meses de gestação, temos uma vida formada. Quantos bebês não nascem prematuramente?”, argumenta. Ao declarar o seu repúdio a Lula, “que nem candidato (a presidente da República) haverá de ser”, ele lembra que Deus “defende os valores e os princípios da família”.
SÍLVIO DIAS: “LULA DEFENDE POLÍTICAS PÚBLICAS”
Atento ao discurso do colega, o vereador Sílvio Dias (PT) fez uma defesa do ex-presidente, seu companheiro de legenda. “Devo dizer que eu sou contrário ao aborto. Na verdade, Lula defende políticas públicas que protejam as mulheres que venham a cometer o aborto”. Ele acredita que, de forma indiscriminada, a prática deve ser, sim, coibida, mas medidas educativas devem ser uma prioridade, para que as jovens tenham acesso ao controle de natalidade. “Não podemos fingir que não existe o problema e simplesmente abandona-las à própria sorte”, raciocina.