APLB Feira faz uso da primeira tribuna livre da Câmara para criticar municipalização do Agostinho Fróes da Mota
8 de fevereiro de 2022
A presidente da Delegacia Sindical Sertaneja – conhecida como APLB/Feira, professora Marlede Oliveira, foi a primeira pessoa a usar a Tribuna Livre da Câmara Municipal de Feira de Santana neste ano. Ela discursou na manhã desta terça (8) de forma contrária à municipalização do Colégio Estadual Agostinho Fróes da Mota, que foi anunciada na semana passada.
Segundo ela, o sindicato não vai admitir que o secretário estadual de Educação, Jerônimo Rodrigues, decida, junto com demais integrantes da pasta, municipalizar o colégio sem discutir o assunto com os professores, estudantes, pais, funcionários e diretores da unidade escolar, pois são eles que conhecem a realidade educacional do colégio.
“Queremos dizer a quem interessa, especificamente aos governantes e à Secretaria de Educação, com seus técnicos em Salvador sentados lá nos gabinetes, e que não conhecem a realidade dos bairros de Feira de Santana e dos demais municípios, que não façam projetos de municipalização de escolas e discutam unilateralmente. Porque o que nós precisamos entender é que a escola pública está na lei, é democrática, e deve ser debatida com a população, com os estudantes e seus pais, com os professores, funcionários e aqueles que estão na administração das escolas”, disse.
E acrescentou: “A escola pública não é privada, como uma empresa, que tem um dono para dar as ordens e fazer o que quiser. Então nós, da APLB, estamos aqui, como sempre fizemos, para demonstrar nosso apoio ao povo, à classe trabalhadora e aos estudantes. Vamos lutar, resistir, e não vamos admitir que o senhor Jerônimo (Rodrigues, secretário estadual de Educação), que é professor da Uefs, tome essa decisão sem nos ouvir, sem discutir e dialogar, e simplesmente dizer que ele não pode voltar atrás nas decisões que tomou. Sem falar na secretária municipal de Educação Anaci Paim, que fez o acordo com ele”.
Marlede Oliveira citou ainda, durante seu discurso, outra escola que será municipalizada: a Escola Edelvira de Oliveira, situada no bairro Queimadinha. “Só há essa escola de ensino médio naquele bairro. Por que municipalizar aquela escola? Porque só atenderá aos estudantes do 9º ano, do ensino fundamental; não haverá mais ensino médio. Estamos lidando com filhos de muitos pais que ficaram desempregados nessa pandemia, e que estão à deriva do que o Estado abandona”.