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Às vésperas do 8 de Março, Câmara de Feira dedica Tribuna Livre para reflexão sobre a segurança da mulher
6 de março de 2024

A Tribuna Livre da Câmara de Feira de Santana esteve dedicada, na sessão desta terça (6), a pronunciamentos alusivos ao Dia Internacional da Mulher, que transcorre na próxima sexta, 8 de março. A titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher(DEAM) e professora universitária Clécia Vasconcelos e a assistente social Alyxi Veloso, foram convidadas pela Casa da Cidadania para falar neste espaço. Elas abordaram a II Caminhada de Combate à Violência contra a Mulher, que acontece no dia 24 deste mês, e também a violência que acomete as pessoas do sexo feminino, neste município.

Primeira a ocupar a Tribuna, Clécia Vasconcelos apresentou números relativos às ocorrências registradas na DEAM. Segundo a delegada, são cerca de 20, diariamente, tendo a ameaça como a primeira das causas. Lesão corporal vem em seguida e injúria (xingamento), em terceiro lugar. Com a existência de Delegacia Especializada [órgão instalado em apenas 17, dos 417 municípios baianos], Defensoria Pública, Centro de Referência, Secretaria de Políticas para a Mulher e movimentos sociais comprometidos, “Feira de Santana tem uma rede de proteção à mulher completa, mas, proporcionalmente, possui um número elevado de boletins de ocorrências sobre violência feminina”, disse ela.

Os dados indicam, segundo a delegada, que a mulher pode estar indo registrar tantas ocorrências devido a reincidências dos casos de agressão física ou verbal. Embora não tenha divulgado números, a policial disse que, em Feira de Santana, o quadro relacionado com feminicídios é de menor expressão em relação ao Estado e ao Brasil, “certamente, fruto da rede de proteção completa, que trabalha de forma atuante e sincronizada”. Questionando a si mesma, ela disse “está tudo maravilhoso? Claro que não. Há sim, muito ainda a ser feito”, ao conclamar as autoridades a ampliarem as políticas públicas de proteção social voltadas à essa problemática.

Para a responsável pela Deam, a violência contra a mulher não se trata de uma questão “só de polícia”. Ela entende que há necessidade de criar políticas públicas específicas, principalmente relacionadas a acesso ao mercado de trabalho, aumento da quantidade de creches, igualdade salarial e preenchimento de cargos de direção e chefia com mulheres. “O discurso contemporâneo foca em empoderamento feminino. Mas como falar isto para uma mulher que tem dificuldade de alimentar-se ou alimentar seu filho, e até de comprar produtos básicos de higiene? A Maria da Penha, por exemplo, é a lei mais conhecida do país. No entanto, as mulheres ainda continuam morrendo”, argumentou.

Integrante da comissão organizadora da II Caminhada de Combate à Violência contra a Mulher, a assistente social Alyxi Veloso convidou a sociedade feirense e os membros do Legislativo para participarem do evento, que ocorrerá no próximo dia 24, às 8h, saindo a concentração de frente da Deam, situada na avenida Maria Quitéria. “A História está permeada por exemplos de resistência e protagonismo feminino”, ela disse. E atualmente, assinalou, isto continua, a partir do momento em que a mulher optou pela liberdade de escolha e segue desempenhando papéis diferentes na sociedade.

“Apesar de ainda existirem machismo e violência, a mulher não está a sós em sua luta. Ao contar com mecanismos como as delegacias especializadas e outros órgãos, que tentam protegê-la, sente-se mais fortalecida”, disse Alyxi. Dirigindo-se ao público masculino, ela fez a seguinte reflexão, ao frisar a importância da orientação familiar. “Como gostariam que suas filhas fossem sempre tratadas? Pois bem, direcionem os seus meninos a tratarem as mulheres não como frágeis, mas como gente”.

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