Feira de Santana não possui uma Central de Libras. Esta é uma das principais queixas das representantes da Associação de Surdos do município ao reivindicarem, na Tribuna Livre, na Câmara Municipal, nesta terça (26), mais atenção, respeito e suporte do município para a classe. Escolas bilíngues, com metodologia inclusiva, além de um número mais adequado de passagens no transporte coletivos também são demandas pelas quais o grupo pleiteia.
“Os surdos não dispõem de uma central de libras em Feira de Santana. Não têm suporte do município para requerer suas demandas. Imagine o que eles sofrem com a falta de intérpretes no dia a dia, quando precisam ir a uma delegacia, ao INSS, à prefeitura, ao Cras”, reclama Elainny de Jesus Alves, assistente social da associação.
A presidente da associação, Elaine Figueredo, reclamou da dificuldade em encontrar escolas bilíngues e com tratamento adequado por parte dos docentes. “Precisamos com urgência de escolas bilíngues em nossa cidade. No atual cenário, não existe a inclusão verdadeira, os surdos chegam na escola, copiam e não aprendem nada na sua própria língua. Os professores não sabem como ensinar e vêem os surdos como pessoas doentes, acham que só precisam visualizar e não é dessa forma”.
Dificuldade para ir e vir também é um problema apontado por Elaine. “Em Salvador, por exemplo, o passe é usado oito vezes por dia. Aqui em Feira só podemos usar quatro vezes, então, ficamos com a nossa capacidade de movimentação limitada”, disse. Ela também reivindica um prazo maior para a validade do bilhete. “O passe durava por oito anos. Agora, diminuiu para quatro. Por que reduzir esse prazo?”, questiona.
Incentivo à prática de esportes e acessibilidade nos meios de comunicação também são um entrave para o gozo de uma cidadania plena. “Não temos ajuda com relação à prática de esporte, não temos apoio para participar de competição. Não temos intérpretes em diversos espaços importantes como TV, Internet. Isto é um desprezo para a comunidade surda porque precisamos de informação.Os surdos são doentes, incapazes? Não. Nós somos, sim, capazes. Precisamos ter ajuda, ter igualdade na sociedade”, ressalta Elaine.
Por fim, a presidente da Associação de Surdos do município pediu apoio para as atividades que podem ser desenvolvidas na sede da agremiação. “Faltam recursos para a associação, materiais básicos como computadores, internet. Queremos fornecer cursos de libras, mas não temos equipamentos para, por exemplo, imprimir um certificado. Já fizemos algumas solicitações. Estamos cansados de lutar, pedir. Não temos o devido respeito, os surdos são desassistidos na cidade”, adverte.
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