Ativista divulga na Câmara o Arrastão da Paz, que acontece domingo em Feira
Com o objetivo de chamar a atenção do poder público e da sociedade feirense para a necessidade de ações pela não-violência, neste município, a Associação Sociocultural Capoeira Ativa realiza no próximo domingo (8) a segunda edição do Arrastão da Paz. A iniciativa é aberta à participação de todo cidadão ou cidadã, conforme explicou hoje (4) a diretora da entidade, Professora Aracnídea, que divulgou o evento na Tribuna Livre da Câmara. “O ato não tem conotação política. Nosso intuito é de levantar a bandeira branca da paz, diante tantas coisas ruins que vem acontecendo em Feira”, disse, referindo-se aos índices de criminalidade registrados na cidade.
Para a capoerista e ativista, a falta de opções de lazer e cultura, aliado à ausência de políticas públicas, têm contribuído para piorar o cenário na Princesa do Sertão. Só no último final de semana (quinta a domingo), informou, ocorreram mais de 26 assassinatos em Feira, número que confirma a crescente violência. “Precisamos dar um basta nisto, pois desejamos ver nossas crianças terem futuro e se tornarem adultos, amanhã”, disse. Ao convidar os vereadores para participarem do Arrastão da Paz, a professora Aracnídea ressaltou a necessidade do Poder Legislativo mobilizar esforços para que a capoeira seja incluída nas escolas municipais.
“Seria bom que aqui em Feira houvesse esse apoio, pois quando qualquer projeto esportivo é colocado em pauta, as armas e as drogas perdem sua força”, afirmou, ressaltando que em Salvador a rede de educação já incluiu a arte no currículo escolar. Segundo a professora, a adoção da medida seria uma das formas de evitar a cooptação da juventude por traficantes. “Estamos perdendo muitos jovens. Inclusive, no grupo do mestre Rogério [idealizador do Arrastão da Paz], tivemos recentemente a perda de dois alunos para a violência’, lamentou. O Arrastão da Paz, sairá às 9h, da frente da sede do Grupo Alfa, no bairro Ponto Central. As atividades estão previstas para encerrar na Lagoa Grande: “A nossa luta é coletiva. Mas, sabemos que a paz no mundo começa em cada pessoa. Portanto, que sejamos os primeiros neste esforço de promoção da paz”.
Foto: Ney Silva / Acorda Cidade