A Câmara Municipal deu um passo importante, na manhã desta terça-feira (16), na discussão do projeto de cessão de uma área do Parque de Exposição João Martins da Silva ao Senar, para construção de um Centro de Excelência de Pecuária. Uma audiência pública para tratar da questão reuniu vereadores, representantes do Governo Municipal e lideranças comunitárias e pelo menos em um ponto todos concordaram: a proposta é importante para Feira de Santana e deverá ser pautada para votação o quanto antes.
A audiência aconteceu após reuniões de vereadores com diretores do Senar e visita à unidade da instituição em Juazeiro. “Precisávamos conhecer o projeto e trazer as informações para a comunidade, porque não vamos perder a oportunidade de ter um equipamento desse nível”, disse a presidente da Casa Legislativa, Eremita Mota de Araújo (PSDB), que presidiu a audiência. Ela lembrou outros projetos aprovados na cidade sem o debate necessário e que não deram certo, a exemplo do BRT, o Shopping Popular e, mais recentemente o Projeto Centro.
A presidente, que assumiu o cargo em janeiro deste ano, lembrou que o projeto do Senar chegou à Câmara em 12 de maio de 2022 e chegou a receber emendas, mas não foi votado. “Não foi enviada a documentação do terreno e não se tinha conhecimento da exigência da contrapartida da prefeitura, sinalizou. Foram mais de duas horas de pronunciamentos sobre o assunto, sendo abordadas, desde questões técnicas, como o local ideal para implantação da unidade dentro do parque (na frente ou no fundo) a aspectos políticos e administrativos que envolvem o projeto.
Vereadores destacam importância do projeto
Vários vereadores se manifestaram durante a audiência. Jurandy Carvalho (PL) enfatizou a seriedade do Senar em todos os projetos realizados e destacou que a Câmara não pode ser contra um investimento desse nível em Feia de Santana. “O que precisamos é discutir, para não cometer os erros do passado”, afirmou, acrescentando ainda a importância da profissionalização da mão de obra para a zona rural. A questão da qualificação foi abordada também pelo representante da Associação de Produtores Rurais da Bahia, Luiz Bahia Neto. “É uma necessidade”, resumiu.
“O projeto é bom, mas precisa ser melhorado”, disse o vereador Paulão do Caldeirão (PSL), ressaltando o prazo de validade da cessão, de 30 anos, que defende ser menor. “Precisa ter mais clareza, como vai funcionar, como as vagas serão distribuídas”, pontuou. O vereador José Carneiro (MDB) também falou sobre a seriedade do Senar e Jhonatas Monteiro (PSOL) destacou a necessidade de priorizar a população rural e o vínculo com a Agricultura Familiar. “Além do mais, audiência pública é sempre bem-vinda”, disse o vereador, que apresentou os mesmos posicionamentos quando o projeto chegou ao Legislativo.
Os petistas Professor Ivamberg (PT) e Silvio Dias apresentaram as diversas possibilidades de formação e capacitação profissional do Centro de Excelência a ser construído, como zootecnia, equideocultura e equoterapia. Segundo Ivamberg, o objetivo das comissões é conhecer todos os aspectos da proposta. “Votar favorável é consenso na oposição, mas é importante conhecer com clareza o projeto”, defendeu Silvio. Ainda se pronunciaram durante os debates os vereadores Pastor Valdemir (PV), Luiz da Feira (Avante), Marcos Lima (UB) e Petrônio Lima (Republicanos).
Distribuir sementes não desenvolve a zona rural
Na defesa do projeto do Senar, Pedro Américo, vereador licenciado e secretário municipal de Agricultura falou sobre as especificações técnicas da cessão, que envolve 20 mil metros quadrados de 180 mil metros quadrados, disse que o órgão é sinônimo de excelência no Brasil inteiro e que todos os cursos são 100% gratuitos. “Queremos qualificação profissional. Distribuir sementes uma vez por ano não desenvolve a zona rural”, afirmou, sinalizando ainda que será construída uma nova via ade acesso ao Parque de Exposição, pela avenida Nóide Cerqueira.
Destacando que o projeto trará muito ganho para Feira de Santana, Guga Leal, procurador geral do município, parabenizou a iniciativa da Câmara em realizar a audiência pública e assegurou que “na parte legal não há nenhum problema, está tudo de acordo”. Ele previu que o parque vai ter movimento diário e será um local mais acessível. Posição parecida foi exposta por Joedilson Freitas, representante do Crea. Ele considerou que é salutar qualquer tipo de discussão e defendeu que “conhecimento é fundamental para produzir”. O centro do Senar, que é multifuncional, em seu entendimento, pode fazer com que o município o município tenha destaque em nível nacional.
Ainda se pronunciaram durante a audiência Pedro Carvalho, representante do Sindicato Rural; Franklin Ramos, proprietário de fazenda em Feira de Santana há quatro décadas e defensor do projeto do Senar; Mário do Gás, presidente da Associação dos Organizadores de Cavalgada; e Márcia Pitão, presidente da Associação de Moradores de Sete Portas, distrito de Jaguara. “Esse equipamento tem que funcionar”, defendeu a enfermeira filha de produtores rurais. “Nasci na roça e sei a importância do homem do campo”, enfatizou, reafirmando a importância da qualificação profissional para o trabalhador rural.
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