Uma espécie de “novo Bolsa Família”. Esta é a definição do coordenador do Observatório da Mobilidade Urbana de Salvador, Daniel Caribé, para tarifa zero no transporte coletivo, tema de uma Sessão Especial realizada hoje (21) na Câmara Municipal. Um dos convidados do Legislativo para o encontro, ele disse que o benefício aquece a economia, combate desigualdades sociais e garante direito essencial no sistema público de transportes. A medida está sendo adotada em diversas cidades do Brasil.
Além de vereadores, participaram das discussões Andrews Pedra Branca, representando o secretário Sérgio Carneiro (da pasta municipal de Mobilidade Urbana), o professor Antonio Rosevaldo, do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, usuários do serviço, integrantes do transporte alternativo e de outras várias entidades da sociedade civil.
Constantemente presente em diversas cidades do país, debatendo soluções para os problemas do transporte público, Daniel explicou que não se discute mais a possibilidade ou não de adotar a tarifa zero.
“Buscamos quais serão as formas de implementá-la em determinado município”, garantiu. Segundo ele, a experiência de mais de 100 cidades onde já se pratica este tipo de política pública revela impactos positivos em áreas como econômica, ambiental, social e saúde.
“Observou-se aumento na arrecadação de impostos, diminuição de mortes no trânsito, melhora no orçamento das famílias, avanço na frequência escolar de estudantes do ensino médio e superior, e até pessoas retornando ao tratamento de saúde. Portanto, é algo que tem o mesmo impacto do programa bolsa família”, avaliou. Convencido de que há a possibilidade de Feira de Santana adotar a medida, professor Antonio Rosevaldo informou que desde 2015 a frota de ônibus vem reduzindo em todas as cidades brasileiras.
Com isto, a categoria de trabalhadores rodoviários amarga perdas salariais e diminuição da renda. Em sua opinião, a partir do cálculo dos valores repassados como vale transporte (6% sobre o salário) pelas empresas do município aos seus 125 mil trabalhadores, aproximadamente, a Prefeitura poderia tentar construir uma estratégia. “Só seria preciso transformar a arrecadação do vale transporte em um fundo. E reverter os recursos para a mobilidade urbana. Isto faria funcionar a tarifa zero em Feira e qualquer cidade do Brasil”, argumentou o professor.
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