O consagrado sanfoneiro Baio do Acordeon receberá, da Câmara de Feira, o título de Cidadão Feirense. De autoria do vereador Emerson Minho (DC), o Projeto de Decreto Legislativo nº 38/2023, que dispõe sobre a concessão da honraria, foi aprovado em discussão única na ordem do dia desta terça-feira (28). André Galdino dos Santos, o Baio, é adepto do forró tradicional e fiel à cultura nordestina. “Deixa alegria por onde passa e encanta os mais diversos públicos, sempre que é requisitado. Essa homenagem é mais do que justa”, afirma o proponente da homenagem.
Natural do município de Água Branca – Alagoas, Baio do Acordeon nasceu em 24 de fevereiro de 1944. Filho de José Galdino dos Santos, conhecido como “Zé Tucano” e Idália Maria de Jesus, o homenageado tem quatro irmãos e duas irmãs. Migrou para a Bahia com três anos de idade, inicialmente para a cidade de Miguel Calmon, onde foi batizado e registrado.
Embora seu pai fosse tocador de sanfona de oito baixos e “tenha lhe dado uma surra para aprender a não tocar”, o então menino aprendeu e, anos depois, o acompanhou. Mas a dupla não tocou por muito tempo, pois o genitor faleceu precocemente. Com cerca de dez anos de idade, Baio do Acordeon mudou-se para Feira de Santana, onde foi chamado pelo radialista Joel Magno para participar dos serviços de alto falante da cidade, lhe presenteando com um fole de oito baixos. Foi a partir daí que o homenageado começou a sua carreira.
Na juventude, Baio foi empregado numa oficina e, com a ajuda de seu patrão, comprou um acordeon de 48 baixos, tendo acordado que pagaria o instrumento com o salário que recebesse. Contudo, conseguiu pagar o valor total com os cachês que ganhava em apresentações. Anos depois, se casou com Maria de Lourdes e, dessa união, teve três filhos: Andreilton, Andreilson e Dayane. Em 1976 se separou da primeira esposa e, logo depois, conheceu a sua atual mulher, Elisabete Mendes de Oliveira, quando foi realizar uma apresentação na cidade de Pintadas – Bahia.
Há cerca de 50 anos, conheceu Luiz Gonzaga, na feira do Campo do Gado Velho, através do radialista Chico Caipira. Entusiasmado com a apresentação do homenageado, o Rei do Baião pediu para que o sanfoneiro começasse a lhe acompanhar e, para isso, deu-lhe um acordeon. Três meses após esse encontro, Baio do Acordeon ganhou uma sanfona branca da marca Scandalli, e, depois de o instrumento receber a devida afinação, o homenageado passou a integrar a turnê de Gonzagão.
Com a necessidade de inovar o forró na década de 1970, Baio do Acordeon foi convidado por Abdias Filho, diretor artístico da gravadora CBS, Rio de Janeiro, a formar um conjunto com Jacinto Limeira, chamado de “Os Bambas do Nordeste”. Formavam o grupo, além dos integrantes já citados, Jorge Mota, Binha e Trombonista. Foram mais de quatro décadas de amizade, 10 discos gravados e muitos arranjos utilizados em grandes canções.
Durante seis anos, Baio foi sanfoneiro da caravana Pau de Sêbo, projeto da gravadora CBS. Dentre várias histórias que marcam a sua vida está o reconhecimento, em 2020, pelo IPHAN (Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional), do grupo “Os Bambas do Nordeste” por ter sido o conjunto pioneiro na introdução do metal “trombone” ao forró. O reconhecimento consta no dossiê de instrução técnica da Solicitação de Registro das Matrizes Tradicionais do Forró como Patrimônio Cultural Brasileiro, em sua página 131.
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