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Câmara aprova Moção de Repúdio para escola de samba do Rio de Janeiro
4 de março de 2020

Na manhã desta quarta-feira (04), foi aprovado, em votação única e por maioria dos presentes, pela Câmara Municipal, Moção de Repúdio para a Estação Primeira de Mangueira, de autoria do vereador Edvaldo Lima (PP). O edil Roberto Tourinho (PV) votou contrário à matéria. Já o vereador Carlito do Peixe (DEM) se absteve da votação.

Para o autor da Moção, a escola de samba carioca desrespeitou a fé cristã em seu desfile na Marquês de Sapucaí, ao levar diversas representações de Jesus Cristo.

“Na noite Carnaval do dia 23, a Estação Primeira de Mangueira apresentou um desfile sobre a vida de Jesus com o enredo, intitulado ‘A Verdade Vos Fará Livre’, onde o grupo levou para a avenida várias pessoas, que interpretaram Cristo. À frente da agremiação, 20 religiosos de diferentes grupos trouxeram uma faixa pregando a liberdade religiosa. A faixa trazia os dizeres: ‘independente de sua fé, o respeito deve prevalecer’”, disse o pepista.

Ele informou também que a rainha de bateria da escola, Evelyn Bastos, foi uma das intérpretes de Jesus, bem como o ator Humberto Carrão, que esteve na avenida como Cristo em situação de rua. “A escola mostrou um Jesus negro, amarelo, índio e que tem corpo de mulher. Ou seja, tira o Jesus do altar e coloca ele na avenida Sapucaí. A Comissão de Frente da Mangueira apresentou uma versão contemporânea de Jesus, na qual ele também foi exibido como morador de periferia. Já Maria foi representada por Alcione”.

Conforme o vereador, no enredo, a escola carioca atacou líderes cristãos, chamados de “profetas da intolerância”, e também alfinetou o presidente Jair Bolsonaro, no trecho “Favela, pega a visão, não tem futuro sem partilha nem messias de arma na mão”. Edvaldo Lima acrescentou que o título do enredo da Mangueira fez alusão ao texto João 8:32, frequentemente citado por Bolsonaro.

De acordo com o edil, o Instituto Plínio Corrêa de Oliveira (IPCO), uma associação tradicionalista católica romana de direito privado, divulgou um abaixo-assinado em repúdio a Mangueira em seu site. “Na petição, o IPCO diz que sente “repulsa por esse samba de 2020, que conspurca a figura sagrada de Nosso Senhor Jesus”.

O vereador ressaltou que o documento do IPCO diz que.  nesses últimos anos, não há Carnaval em que a Face Sagrada de Cristo não seja ultrajada, agredida, sempre em nome da liberdade de expressão.

“O desfile também retratou um Jesus mulher e outro negro, com sua biografia como se tivesse nascido em uma comunidade carioca. A escola usa uma imagem de Carnaval do Rio, uma imagem de uma escola de samba desacatando as religiões, mostrando Cristo levando uma batida policial, onde faz uma vinculação para atingir o presidente da República”, criticou.

Indignado, Edvaldo Lima concluiu: “a Mangueira desrespeitou a fé e vários cristãos e tentou mostrar algo que não é real, o irreal, como se fosse realidade. Jesus não é essa realidade. Jesus é totalmente diferente daquilo que a Mangueira tentou mostrar. Por isso que sofreu o dano de sua performance, que foi muito aquém do esperado, no caso na sexta colocação”.

 

 

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