Feirense, do distrito de Maria Quitéria (antigo São José das Itapororocas), a professora Crispina Pereira Daltro, que teve a sua vida marcada por uma trajetória de amor e paixão pela educação, será homenageada pela Câmara Municipal, “in memorian”, na próxima segunda-feira (11), às 9h, com a entrega da Comenda Maria Quitéria, recebida por um representante da família dela. A maior honraria do Legislativo foi proposta pelo vereador Petrônio Lima (Republicanos) e aprovada na Casa da Cidadania quando a educadora ainda estava viva – acabou falecendo recentemente, aos 80 anos, antes de receber a homenagem. A concessão da comenda, segundo ele, é uma forma de “reconhecer a contribuição dada pela homenageada ao longo da vida para o Município de Feira de Santana”.
Criada até os cinco anos pelos pais biológicos, Crispina Pereira passou a morar na zona urbana do Município (bairro Cidade Nova) com a família adotiva. A perda da visão de seu genitor aos 30 anos, motivou a adoção da criança. No entanto, os pais adotivos se comprometeram em cuidar da educação e promover seu contato contínuo com a família biológica, descendente de portugueses. Matriculada inicialmente no Colégio Interno Asilo Nossa Senhora de Lurdes (atual Colégio Padre Ovídio), Crispina Pereira permaneceu na instituição até concluir os estudos. Neste momento, passa a se dedicar à alfabetização da própria família. Em seu trabalho voluntário, viu florescer uma enorme paixão pela causa da educação.
Lecionou primeiramente em uma escola na Fazenda Saco do Capitão, onde permaneceu por muitos anos. Posteriormente, fundou uma outra escola, cuja denominação homenageava seu bisavô, Belmiro Moreira Daltro. Na zona urbana, trabalhou no Colégio Estadual Fabiola Vital (atualmente, unidade da rede municipal). Ao perceber que esta unidade de ensino já não atendia mais a demanda, fundou juntamente com a amiga Maria São Pedro (dona Bia), a Escola 16 de Maio, com plano de ação formulado conjuntamente com o prefeito à época, Colbert Martins da Silva.
Após três anos de funcionamento, durante o governo do prefeito José Falcão da Silva, surge a ameaça de desativação da escola, que funcionava em uma casa alugada e na Associação das Voluntárias Sociais do Campo Limpo. Visando evitar um maior prejuízo educacional para os estudantes, Crispina e sua amiga Maria São Pedro, “conhecida dona Bia”, conseguiram mobilizar a comunidade em torno da resolução do impasse. O movimento de pressão popular resultou na construção da Escola Doutor Nóide Cerqueira e Creche Judite de Alencar Marinho, pelo governo municipal. Inclusive, esta unidade escolar foi considerada de “ensino infantil de qualidade”.
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