Catracas das estações do BRT estão desativadas e sistema não é efetivamente integrado
26 de agosto de 2021
As catracas presentes nas estações do BRT de Feira de Santana estão desativadas e, desta forma, o sistema não é efetivamente integrado como sugere o conceito e o próprio projeto do Executivo feirense. As informações são da Comissão Especial composta pelos vereadores Jhonatas Monteiro (PSOL), Professor Ivamberg (PT) e Silvio Dias (PT). Criada com o objetivo de fiscalizar as obras e o funcionamento do BRT, a comissão realizou, na tarde de ontem (25), a primeira visita às estações das avenidas Getúlio Vargas, Noide Cerqueira, João Durval e Ayrton Senna.
Ao vistoriar e utilizar um dos veículos do BRT, os parlamentares identificaram uma série de outros problemas, como a falta de uma via exclusiva para a circulação dos ônibus deste modal, a obrigatoriedade de parar nos semáforos e a falta de informações e sinalização nas estações. Na opinião do vereador Jhonatas Monteiro, a visita permitiu constatar que “não há BRT em Feira de Santana”.
Conforme as observações do vereador, o projeto executado no município também apresenta falhas quanto à acessibilidade, como a falta de rampas para cidadãos cadeirantes ou com mobilidade reduzida. Ao conversar com alguns usuários do BRT, Jhonatas Monteiro também percebeu que grande parte dos usuários é oriunda do sistema convencional de transporte. Neste sentido, a população embarca nos veículos através Terminal Central, ao invés de utilizar próprias estações, que “em sua maioria estão fechadas ou abandonadas”.
Um grave problema observado pelo Professor Ivamberg é a existência de estações que não possuem entrada em uma das vias na avenida João Durval. Desta forma, os usuários do sistema precisam se arriscar pela avenida para chegar até a entrada das estações. “Para você sair de um lado para o outro, precisa andar pelo asfalto sob o risco de ser atropelado”.
A ausência de faixa de pedestres nas adjacências das estações também causou indignação ao vereador, que questionou sobre a verba já investida na construção e implantação do sistema. “Foram quase R$ 100 milhões de reais que saíram do nosso bolso, pelos nossos impostos, e estão ali jogados com o sistema que já nasceu absurdamente ser uma funcionalidade. É muito dinheiro para nenhuma funcionalidade. Isto é um absurdo”.
Apesar do alto investimento, o sistema é “ineficiente”, destacou Silvio Dias. Com estações fechadas, em alguns momentos do trajeto, o parlamentar observou que o embarque e desembarque é feito “no meio da rua”, colocando a vida das pessoas em risco e deixando a população “desprovida de mobilidade”.
CPI do Transporte Público Coletivo
Na última terça-feira (24), os três vereadores que compõem a Comissão Especial apresentaram a proposta de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis irregularidades e “relações duvidosas” entre a Prefeitura e as empresas concessionárias do sistema de transporte público coletivo de Feira de Santana. O pedido contou com oito assinaturas, pouco mais do terço necessário para ser aprovado na Casa da Cidadania.