FECHAR
Licitações Contratos Convênios Leis Decretos Portarias Relatórios da Responsabilidade Fiscal Estrutura Organizacional Folha de Pessoal
Comunidade negra pede visibilidade, valorização e reconhecimento de seu valor histórico
24 de setembro de 2021

A Sessão Solene para comemorar o Dia Municipal da Beleza Negra e do Sacerdote e Sacerdotisa de Religião de Matriz Africana, realizada pela Câmara de Vereadores de Feira de Santana, na tarde desta quinta (23), foi o espaço de vozes que pediram mais visibilidade, valorização e reconhecimento do valor histórico do povo negro e de sua cultura, para combater a intolerância e a inversão de conceitos.
 
Promovida pela Odungê – Núcleo Cultural Educacional e Social Quilombola, que tem Lourdes Santana como presidente, a sessão foi fruto de Requerimento aprovado pela Casa, de autoria do vereador Petrônio Lima (Republicanos).
 
Com uma fala que apontou para os diversos atos e discursos de intolerância de representantes eleitos pelo povo tanto em Feira de Santana quanto país afora, Silvio Humberto, vereador em Salvador e professor de Economia da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), disse: “nós, que falamos que a liberdade religiosa é um valor importante para a democracia, não podemos permitir atos de intolerância. Isto aqui é resistência, é olharmos para nós mesmos e reafirmarmos o nosso compromisso com aqueles que já foram e ainda clamam por justiça e igualdade. Nos livramos das correntes da escravidão, mas ainda existe a escravidão mental e precisamos vencê-la”.
 
As Deusas do Ébano, Negra Jhô e Gerusa Menezes também fizeram uso da fala e salientaram a importância de concursos e eventos que valorizam a beleza e a cultura negra como o promovido pelo bloco afro Ilê Aiyê, que elege a cada ano de Carnaval rainha (Deusa do Ébano) e princesas da agremiação. Eventos assim promovem, de acordo com elas, valorização do pertencimento de lugar, afirmação da identidade, além de firmar valores necessários para o fortalecimento da comunidade.
 
O vereador Jhonatas Monteiro salientou a propagação de discursos que trabalham para a inversão de conceitos como o que tenta negar a influência da cultura e religião africana ao afirmar que o Brasil é um país judaico-cristão. O parlamentar também falou sobre a incompatibilidade de solucionar os problemas do país negando a real composição do brasileiros. “É impossível pensar qualquer questão pública sem entender que nós somos um país de maioria negra”, disse ao destacar a importância do evento. “Este é um momento de celebração, mas também de ocupação histórica”.
 
Petrônio Lima destacou a sua satisfação em viabilizar a sessão. “Não poderia deixar de, como vereador, ser autor desse requerimento para homenagear a periferia e a comunidade negra. Sou evangélico e isso não importa porque Deus não veio ao mundo para fazer exceção de pessoa”. Outros parlamentares da Casa também fizeram uso da palavra como Silvio Dias (PT), Lu de Ronny (MDB), além do ex-vereador Marialvo Barreto, autor do Projeto de Lei que instituiu o Dia Municipal do Sacerdote e Sacerdotisa de Religião de Matriz Africana. Também presentes à sessão, o secretário de Cultura, Esporte e Lazer do município, Jairo Carneiro Filho, e o ex-diretor de Eventos da pasta, Naron Vasconcelos, falaram na tribuna destacando as iniciativas que valorizam a cultura negra. 
 
A sessão solene homenageou sacerdotes e sacerdotisas do culto afro, jornalistas, radialistas, músicos e outros profissionais que valorizam a causa e a cultura afro-brasileira.

Este website utiliza cookies próprios e de terceiros a fim de personalizar o conteúdo, melhorar a experiência do usuário, fornecer funções de mídias sociais e analisar o tráfego. Para continuar navegando você deve concordar com nossa Política de Cookies e Política de Privacidade e Proteção de Dados.