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Descredenciamento do HTO ocorreu por conta dos valores pagos pelo SUS e pela exposição púbica do secretário de saúde
12 de abril de 2022

O descredenciamento do HTO – Hospital de Traumatologia e Ortopedia – ocorreu por conta dos baixos valores pela tabela SUS, e pela exposição pública que o hospital estava sujeito pela CPI da Câmara. A declaração é do secretário de saúde Marcelo Britto, durante depoimento na reunião da CPI da Saúde ocorrida nesta terça (12). O secretário continuou depondo como testemunha hoje, dando seguimento à reunião que aconteceu na última sexta (8).

 

Conforme Marcelo Britto, a alegação acerca do descredenciamento pelo novo gestor da unidade hospitalar é de que ele não tinha interesse nem vontade de deixar o seu nome e o do hospital desmoralizarem. Ainda conforme o depoente, um documento foi entregue pela nova gestão,  após a venda, requerendo a solicitação imediata da rescisão do contrato.

 

“Recebi o documento, mas quis fazer uma ligação para a nova gestão, e acredito que se tornou mais esclarecedora do que o artigo frio do documento. Não falei diretamente com o diretor Jodilton, e não sei também com quem falei, mas expliquei a situação a esta pessoa. Como ex-empresário entendo a postura dele, até porque uma consulta médica custa em torno de R$10. Se realizamos uma cirurgia de antebraço e braço, por exemplo, o SUS vai pagar um valor de R$170 para ser repartido entre toda a equipe”, disse.

 

O vereador Paulão do Caldeirão (PSC) questionou o fato de que a direção do hospital Incardio – mesma do HTO – não ter suspenso o contrato da unidade com o município. “O secretário está culpando a CPI da Saúde pelo descredenciamento do HTO. E há uma história de que o descredenciamento já estava em acordo na venda da unidade. É verdade isso, secretário?”, indagou.

 

O secretário respondeu: “Não, desconheço essa informação. De fato o Incardio não realizou o descredenciamento como o HTO, e realmente o motivo deste não foi a tabela baixa. O que tem de diferente hoje entre o Incardio e o HTO? A exposição pública. Então isso reforça a minha tese: essa foi a razão do descredenciamento do HTO”.

 

“Temos, atualmente, o Cliort, o Hospital Ortopédico e a Casa de Saúde Santana para atender a população no setor de ortopedia. Ratifico, confirmo e reforço que poucas vezes concedi uma entrevista tão clara quanto a essa”, disse, referindo-se a uma entrevista concedida ao programa do radialista Carlos Geilson na última semana.

 

Professor Ivamberg (PT) frisou que o secretário está imputando à CPI da Saúde uma culpa que não deveria. “Não é a CPI; talvez seja a sua presença na CPI que tenha motivado o descredenciamento, porque o senhor era dono do HTO e está depondo aqui como testemunha”. O secretário insistiu na sua resposta: “Só há dois fatos: a tabela baixa (do SUS), o que não me parece razoável, e a minha exposição, é claro, tanto de secretário quanto de gestor da instituição. Acho que se quer atacar o secretário, ataque, mas não o gestor da instituição”.

 

O documento entregue ao secretário foi solicitado pela comissão para ser apresentado pela testemunha no prazo de 48 horas. O secretário estava acompanhado do advogado Guga Leal. Além dos integrantes da comissão – vereadores Paulão do Caldeirão (PSC), Professor Ivamberg (PT) e Pedro Cícero (Cidadania) – participaram da reunião desta terça (12) os vereadores Emerson Minho (DC), presidente da Comissão de Saúde da Casa, Silvio Dias (PT) e Lulinha (DEM).

 

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