FECHAR
Licitações Contratos Convênios Leis Decretos Portarias Relatórios da Responsabilidade Fiscal Estrutura Organizacional Folha de Pessoal
Dia da Água: mananciais de Feira abastecem municípios vizinhos e Salvador, mas clamam por cuidados
22 de março de 2023

Feira de Santana tem 60% do seu território “abraçado” pela bacia hidrográfica do Rio Paraguaçu, cujo maior afluente é o rio Jacuípe. Aproximadamente 40% da área do Município encontram-se sob a influência da bacia do Recôncavo Norte. Os números, apresentados pela coordenadora de Recursos Hídricos da Secretaria de Meio Ambiente da Bahia (SEMA), Larissa Cayres, mostram a importância dos mananciais deste Município para o Estado. Acrescenta o diretor de Educação Ambiental, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Feira (SEMMAM), João Dias, que estes dois rios maiores, somados a outros de origem local como Aguilhadas, no distrito João Durval, e do Peixe, em Jaguara, são os principais responsáveis pelo abastecimento das duas maiores cidades baianas, Feira de Santana e Salvador.  
 
Contudo, segundo Larissa e João Dias, não há motivo para comemorar neste 22 de março, Dia da Água. A data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1992, diante da “necessidade urgente de manter esse recurso disponível” por sua importância para a sobrevivência humana e de todos os seres vivos. Muito pelo contrário, os especialistas nas duas esferas advertem para a necessidade de preservação e o risco deste bem finito acabar, a persistir a falta de saneamento básico e o lançamento de afluentes sem tratamento adequado no leito dos rios.
 
 A coordenadora de Recursos Hídricos da Secretaria de Meio Ambiente da Bahia aponta o caminho traçado pelo Governo do Estado para minimizar os danos: “O foco é trabalhar dentro dos consórcios públicos e nos locais onde a Embasa atua, buscando as melhores soluções e “discutindo” como financiar a execução de projetos de saneamento”. Ela enfatiza que essas questões não podem ficar  apenas no dia de hoje, comemorativo, mas em todo o resto do ano. 
 
 
“MUNICÍPIOS PRECISAM RESOLVER”
 
Em relação às questões relacionadas às águas que nascem ou passam por Feira, Larissa diz que o Governo Estadual está atento não somente à qualidade da produção, mas também ao controle da quantidade disponível. Até porque, assinala, quanto pior a qualidade de um manancial, mais caro é o custo para adequar sua água ao padrão definido pelo Ministério da Saúde como ideal ao consumo humano.  
 
 
Segundo ela, há casos em que é possível adotar soluções oferecidas pela própria natureza. Ás vezes, observa, “podemos simplesmente melhorar a qualidade de nossos rios e da água a partir da recuperação de áreas degradadas e da proteção de áreas já existentes”.  Em sua avaliação, “são questões complexas que os municípios precisam resolver”.
 
Já o diretor de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente afirma que a falta de uma integração entre os governos, nas ações para a preservação e conservação dos mananciais, dificulta o trabalho. João Dias constata que, apesar de haver “grande preocupação” em proteger os dois principais rios, por conta de sua importância no abastecimento das maiores regiões metropolitanas do Estado, “isso não tem se materializado” em criação e execução de projetos.  
 
Ele denuncia que as cidades de São José do Jacuípe e Riachão do Jacuípe despejam esgoto dentro do Jacuípe, enquanto Feira de Santana tem mais de 15 riachos jogando, neste rio, água misturada a detritos domésticos sem tratamento. “Esse é o nosso maior problema”, adverte.

Este website utiliza cookies próprios e de terceiros a fim de personalizar o conteúdo, melhorar a experiência do usuário, fornecer funções de mídias sociais e analisar o tráfego. Para continuar navegando você deve concordar com nossa Política de Cookies e Política de Privacidade e Proteção de Dados.