Defasagem de 400 professores no quadro docente; escola iniciando aulas com atraso de meses; corte de salários; ausência de reajuste em 2021,;concessão de apenas 5% em 2022 (contrariando orientação federal que fixou em 33%) e zero reposição salarial em 2023. Todos esses problemas, que afligem os professores da Rede Municipal de Ensino, foram elencados hoje pela dirigente da APLB em Feira de Santana, Marlede Oliveira, na Tribuna Livre da Câmara.
A coordenadora da APLB acrescentou que tem professores sem conseguir mudança de referência há seis anos e profissional que solicitou alteração de carga horária em 2016 e permanece sem resposta. “Tivemos liminar e sentença judicial determinando cumprimento, mas o prefeito não cumpre”, disse. Atitude, reclamou, que demonstra “total desrespeito” do gestor em relação a ações voltadas a beneficiar a categoria. “Na gestão da secretária Anaci, o professor em Feira virou diarista. Este ano, até as férias foram pagas apenas 15 dias trabalhados”, criticou.
Na zona rural também há problemas. Conforme relatou Marlede, a Escola Maria Andiara, no povoado de Barra, distrito de Jaguara, possui duas salas e apenas uma professora que ministra aula no turno da manhã, para seis séries (Grupo 5 e do 1º ao 5º ano). O fato foi constatado através de visita da APLB à unidade de ensino do município. “Isso é uma vergonha. Já vimos sala multisseriada, mas seis séries numa turma só? Essa é a educação de Feira de Santana”, disse ela.
RECOMPOSIÇÃO DE 4%
Segundo a dirigente, os trabalhadores da educação de Feira de Santana consideram insuficiente o reajuste de 4% a ser aplicado pela Prefeitura ao salário da categoria – o projeto do Executivo, aprovado hoje em primeira votação, também contempla agentes comunitários de saúde e de endemias – mas acatam a proposta. Para a sindicalista, o percentual previsto no projeto, que ainda será analisado em segunda votação, pelo Legislativo, “não é favor”, já que se trata de um ganho abaixo dos 14,95% concedidos pelo governo federal relativo a 2023 para reajuste do piso do magistério: “Mas a gente quer, sim, porque a categoria está passando por dificuldades financeiras”.
A representante dos educadores teceu uma série de críticas à gestão do prefeito Colbert Martins Filho e da secretária de Educação, Anaci Paim, em razão do tratamento dispensado aos professores do Município e às questões educacionais: “Fazer escola para colocar na propaganda dizendo que está bem? Não está não. A educação está nota zero”, avaliou. “Mas, quando ameaçamos paralisar, aí o prefeito tenta colocar a comunidade contra a categoria”.
Nesta cidade, assinalou a dirigente da APLB, “se faz de conta que ensina, para crianças pobres e negras fazerem de conta que aprendem”. De acordo com ela, todas essas deficiências comprovam que há equívoco do prefeito Colbert ao gravar vídeos responsabilizando apenas o professor por posição ruim no Índice de Desenvolvimento da Educação (IDEB). “O problema do Ideb não está no professor, mas em quem governa”, afirma.
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