Dirigente de entidade diz que faltam medicamentos no CAPS e tem prova de desvio de recursos na rede
18 de maio de 2021
A falta de medicamentos nos Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS) está comprometendo a assistência de pessoas com deficiência intelectual ou dependências químicas, em Feira de Santana. O problema foi denunciado nesta terça (18), na Tribuna Livre da Câmara, pela presidente da Associação de Pessoas com Deficiência Psicossocial e Intelectual e militante do coletivo feirense da luta antimanicomial, Iracy Pereira de Andrade. Segundo ela, em relato ao Ministério Público, apresentou provas de “desvio de verbas” na rede CAPS do Município. O órgão teria acolhido a denúncia mas a dirigente não sabe como está o andamento da apuração. Registra que o Governo do Estado “despejou umas três mil pessoas” nessas unidades.
Iracy também chamou a atenção dos vereadores para a necessidade de um acompanhamento às residências terapêuticas mantidas pela Prefeitura. Disse que deseja conversar com as comissões de Saúde e Direitos Humanos sobre o assunto. Quanto ao Hospital Especializado Lopes Rodrigues, de responsabilidade do Governo do Estado, ela disse que a unidade está “cheia de pacientes que, para fugir da polícia, se internam lá, não são somente usuários de drogas”.
INAUGURAÇÃO SERIA EM DEZEMBRO MAS OBRA DO CAPS 3 ESTÁ PARADA
Com inauguração prevista pelo próprio prefeito Colbert Filho para o mês de dezembro do ano passado, encontra-se parada a obra do CAPS 3, localizado no bairro Olhos D’Água, reclama a presidente da Associação de Pessoas com Deficiência Psicossocial e Intelectual . Portas e janelas teriam sido furtadas do local. Em seu pronunciamento no Legislativo, ela criticou o Projeto Centro, intervenção urbana executada pelo Governo Municipal, pelas obras não estarem “respeitando as necessidades das pessoas com deficiências”.
Iracy alerta que dependência química também é um problema de saúde mental, que se agrava durante a pandemia de coronavírus, mas o Governo Municipal “não dá nenhuma opção de tratamento a quem precisa”, enquanto a depressão, mal que tem vitimado um grande número de pessoas em Feira de Santana, não deve ser vista como “mimimí”. Como exemplo, ela diz que alguém que sofre desta doença é capaz de “tirar uma foto alegre hoje e no outro dia cometer o suicídio”. No ano passado, recorda, duas pastoras morreram por causa da doença.