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Escolas da rede Estadual e Municipal podem ter disciplina de educação ambiental adicionada nas grades curriculares
31 de maio de 2022

As escolas da rede Estadual e Municipal de ensino da Bahia podem ter incluídas em suas grades curriculares, disciplinas voltadas à educação ambiental. Isto porque, uma indicação com este objetivo será enviada pelo presidente da  Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), deputado estadual José de Arimatéia, ao Governo do Estado. Uma proposta semelhante também será apresentada na Câmara Municipal de Feira de Santana pelo vereador Pastor Valdemir, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Casa da Cidadania. As iniciativas foram comunicadas nesta segunda-feira (30), na sessão especial para discutir o planejamento urbano e meio ambiente. O evento foi realizado em parceria com a ALBA para debater temáticas pertinentes à Semana Mundial do Meio Ambiente, que neste ano ocorre entre 31 de abril e 05 de junho.
 
Nestes dias, as autoridades e organizações competentes devem trabalhar no sentido de sensibilizar a população para questões voltadas, principalmente, ao descarte e coleta do lixo, sustentabilidade e educação ambiental, opina o pastor Valdemir. No entanto, ações com este propósito devem ser realizadas durante todo o ano e, para isto, ele defende a criação da Superintendência Municipal do Meio Ambiente. O novo organismo também pode tornar mais acessíveis as informações sobre o descarte de materiais, que, segundo o pastor Valdemir, atualmente são escassas. “Qual o local adequado para descartar lixo eletrônico na nossa cidade? Não temos divulgação”. Pensando nisso, a Comissão de Meio Ambiente irá visitar, na próxima semana, lojas e oficinas de equipamentos eletrônicos para fiscalizar e “tentar conscientizar as pessoas” sobre o descarte desses materiais.
 
Visitas à comunidade também são realizadas por alunos da Escola Estadual Lázaro dos Santos Ferreira, no conjunto Viveiros. Por meio do projeto “Lugar de Lixo é no Lixo”, a Instituição sensibiliza os estudantes e os mobiliza para debater com moradores do conjunto sobre o descarte e coleta do lixo, principalmente com trabalhadores que sobrevivem com a renda gerada pela coleta e reciclagem. A partir da iniciativa, os alunos também transmitem informações sobre o valor econômico do lixo e como ele pode servir como fonte de renda para brasileiros, destaca o vice-diretor da escola, Thiago de Carvalho Cunha. 
 
A iniciativa é bastante elogiada pelo vereador Petrônio Lima. Requisitante da sessão especial, o parlamentar diz que o descarte incorreto do lixo, em locais inadequados e sem a devida separação dos materiais recicláveis, é um dos principais desafios para conciliar o desenvolvimento de Feira de Santana com as questões ambientais. Muitas vezes, os resíduos deste lixo descartado de forma irregular chegam aos rios do município, como o Jacuípe, que, apesar de contribuir para o abastecimento hídrico da região, está poluído, alerta Petrônio.
 
A construção de uma área de lazer nas proximidades da ponte que liga o rio à Estrada da Cabrita é sugerida por Petrônio como uma alternativa para atrair a população para o local. “Quando as pessoas não conhecem, não cuidam”. Já o chefe de Educação Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, João Dias – que representou o secretário da pasta na sessão especial – acredita que os rios que abastecem diversos municípios baianos serão valorizados e preservados quando forem cobradas taxas para o consumo de suas águas. Ele também defende que as prefeituras passem a cobrar pela coleta e descarte do lixo. “Não é justo que a gente produza tanto lixo, os municípios não aguentam mais assumir isso”.
 
 
Esgotamento sanitário
 
A existência de diversas ligações irregulares na rede de esgoto direcionadas à rede pluvial de Feira de Santana contribuem fortemente para a poluição dos rios e de todo o ambiente. Conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada pelo coordenador de Área, Thiago Pimentel, o município ocupava, em 2010, a décima posição entre 11 cidades no quesito da quantidade de domicílios com esgotamento sanitário regular. Em 2017, Feira de Santana avançou para a 6a posição, no entanto, ficou colocada em 9o lugar no ranking do Produto Interno Bruto (PIB). “O rendimento do município faz diferença para que se consiga construir políticas públicas e Feira de Santana é o antepenúltimo em quantidade de PIB. Ou seja, a gente tem um desafio muito grande com uma quantidade de recursos que não é tão favorável”.
 
Segundo a engenheira civil da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), conscientizar a população para regularizar as ligações na rede de esgoto é outro desafio. Apesar da empresa ter ampliado a rede de esgotamento sanitário em Feira de Santana, muitas pessoas se recusam a fazer a ligação correta. “Muitas vezes, eles não querem quebrar o piso para ligar a rede de esgoto e os dejetos continuam sendo lançados no meio ambiente. Então, precisa de planejamento e cultura, porque não é uma coisa fácil de se lidar”.

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