Vinte e quatro novos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) estão previstos para serem implantados na Bahia, em 2024, através da Secretaria de Saúde do Estado. A ação governamental, que deve fortalecer o atendimento primário relacionado a problemas mentais, foi anunciada hoje na Câmara de Feira de Santana pela diretora do Hospital Especializado Lopes Rodrigues (HELR), Iraci Leite da Silva. Ela foi palestrante de uma sessão especial realizada pelo Legislativo, por iniciativa do vereador Sílvio Dias (PT), para celebrar o Dia Mundial da Saúde Mental, cuja data comemorativa transcorre amanhã, 10 de outubro.
A proposta, segundo a gestora, vai na direção da “política correta almejada” em saúde mental, criada pela lei federal nº 10.216/2001, que estabeleceu o respeito aos direitos das pessoas portadoras de doenças mentais e reorientou o modelo assistencial para a humanização e desinstitucionalização de pacientes (quando estes, voltam a morar com suas famílias). “Mais de 20% do público que a gente recebe não precisava vir para cá (HELR), pois a própria rede básica poderia atender e deixar o paciente estabilizado lá mesmo”, disse a dirigente.
Ampliar a rede é importante, argumenta Iraci, porque esses centros têm demanda espontânea ou atendem mediante encaminhamento pela atenção básica. O seu “sonho”, diz, é ver Feira de Santana e demais municípios fazendo esse atendimento primário. “Após atender, pode passar para uma outra unidade de referência (policlínica, hospital de pequeno porte), e daí para um centro especializado, apenas para solucionar questões que a base não resolveu. O Lopes Rodrigues pode funcionar como um núcleo regional para esse atendimento”, explicou.
O Lopes Rodrigues, criado pelo psiquiatra Carlos Alberto Kruschewsky, completou 61 anos recentemente (fundado em 22 de junho de 1962). De hospício (atividade inicial), passou a ser Colônia e depois hospital especializado. Hoje, ela explica, a batalha é para uma mudança de perfil hospitalar. Espera que se transforme, muito em breve, em uma unidade de tratamento também para álcool e drogas. Ela alimenta essa expectativa em vista de um “tratamento diferenciado e empenho” por parte do governador Jerônimo Rodrigues e da secretária de Saúde, Roberta Santana, para a melhoria do serviço prestado. “Eles apoiam em 100% as ações do hospital. Antigamente o Lopes ficava à margem em relação as ações e políticas de saúde. Hoje não. O que é direcionado para a saúde, também chega ao Lopes Rodrigues”, frisou.
Formaram a Mesa de Honra da sessão a presidente da Câmara, Eremita Mota (PSDB); autor do requerimento propondo a sessão especial, vereador Silvio Dias; psicólogo André Dias (representando o governador Jerônimo Rodrigues e a secretária de Saúde do Estado da Bahia); diretora do Hospital Especializado Lopes Rodrigues (HELR) e palestrante da sessão, Iraci Leite da Silva; presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Feira de Santana e palestrante, Elivaldo Alves Morais e diretora do Hospital Estadual da Criança, Lívia Leite.
Estiveram presentes no plenário: vereador Pastor Valdemir (PV), Monique Portugal Mota (coordenadora administrativa financeira da Apae), Gizelle Lopes Lima Munduruca Borges (psicóloga), Leedyan Nascimento Ferreira (assistente social), Francisca Alcântara dos Santos (técnica em enfermagem), Anselmo Ferreira Rodrigues (técnico em enfermagem), Raquel de Almeida Peixoto Leite (coordenadora pedagógica da Apae), Cledson Oliveira (coordenador do HELR), Naiara Freitas Mendes (diretora do Setor de Pessoal do HELR), dentre outros representantes de entidades ligadas ao serviço de saúde mental.
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