“Eu queria ter um óleo de peroba para passar no rosto desse secretário”, afirma Emerson Minho sobre Centro Pós-Covid
29 de junho de 2021
“É com pesar que subo a esta tribuna hoje. O secretário de saúde, Marcelo Brito, concedeu ontem uma entrevista ao Acorda Cidade falando do Centro de Recuperação Pós-Covid. Eu queria ter um óleo de peroba para passar no rosto desse secretário. E o pior, passar também no do prefeito, que foi hoje, no mesmo programa de rádio, falar que o projeto é do Poder Executivo”. A indignação é do vereador Emerson Minho (DC), em pronunciamento na Câmara Municipal nesta terça (29).
Conforme o vereador, o secretário e o prefeito cometeram, no mínimo, os crimes de falsidade ideológica e furto. “Vou ler o que tem no dicionário: está previsto no Código Penal que a falsidade ideológica é uma conduta criminosa, um ato de omitir a verdade ou inserir declaração falsa em documento público. Já o furto é quando se subtrai algo de alguém, e subtraíram o meu projeto”, frisou.
E continuou: “Também teve roubo, classificado quando dizem que, se você não ficar do lado do prefeito, ele não vai sancionar os seus projetos. Isso é pressão psicológica, é ameaça, é roubo. Ainda tem o plágio, que é copiar algo que não é seu e tornar isso público. Eu estou triste com o fato de o chefe do Poder Executivo ter a coragem de ir à imprensa e falar que o projeto do Centro de Recuperação Pós-Covid é dele, é do Executivo”.
Emerson Minho disse, ainda, que o projeto para implantação de medidas preventivas nos ônibus, para combater a covid-19, também é de sua autoria, mas o secretário de saúde (Marcelo Brito) disse que é uma medida do Executivo. “Sabem por que isso está acontecendo? Porque querem descredibilizar essa Casa, e isso é um absurdo”.
O vereador lembrou que o projeto de sua autoria que trata do Centro de Recuperação Pós-Covid – projeto nº 56/2021 – foi aprovado em 12 de maio, ou seja, há mais de um mês. Entretanto, até hoje, o prefeito não sancionou. “Onde está aquele jornalista crítico para perguntar ao prefeito sobre o projeto aprovado por esta Casa, e o porquê de ele não ter sancionado?” indagou. E acrescentou: “Eu desafio qualquer um aqui, porque eu, Professor Ivamberg, Paulão do Caldeirão, Luiz da Feira e Lu de Ronny fomos até à Secretaria para conversar com o secretário, há uns dois meses, quando fiz uma indicação para ele sobre esse projeto. E, na ocasião, ele desdenhou. Se eu estiver mentindo, colegas, podem falar”.
Disse que o secretário, na época, falou que seria necessário fazer um estudo, que ia levar anos para saber quais eram os tipos de doenças que acometiam as pessoas no pós-covid. “Mas eu falei pra ele: secretário, nas nossas andanças, a doença cardiorrespiratória é a principal, a que mais acomete as pessoas que tiveram covid-19, junto com a doença psicológica. E, ainda assim, ele desdenhou”.
E nesse desdenhar, conforme Emerson Minho, surgiu a necessidade de se fazer um projeto. “Quero agradecer a todos os vereadores que votaram na propositura, que, inclusive, já foi encaminhada para mais de oito estados. Aí agora o prefeito fala que é dele. Isso é uma vergonha; é triste ver o chefe do Executivo de Feira de Santana mentir e cometer crimes de falsidade ideológica, furto, roubo e plágio. Furtou o meu projeto. Inseriu dados na imprensa e em documentos dizendo que é dele, mas, na verdade, são meus, e eu tenho como provar. Poderia pedir, eu dei como indicação, mas ele não quis”, lamentou.