Exemplos de superação, Capitão e Soldado da PM são homenageados na Câmara Municipal
17 de maio de 2022
“Quem seria Maria Quitéria, na história, se limitasse a sua vida apenas a seguir as vozes dos outros?”. É com este questionamento que a Soldado da Polícia Militar (PM), Aretuza Pereira, reflete sobre a importância de seguir o coração, lutar, resistir, ressignificar e vencer as adversidades da vida para conquistar o que deseja. E esta reflexão marcou a sessão solene da sexta-feira (13), realizada na Câmara Municipal de Feira de Santana, para conceder a Comenda Maria Quitéria à Soldado e ao Capitão da PM, Rogério Silva Vieira. Este também foi condecorado com o Título de Cidadão Feirense.
De origem periférica, neta de avós analfabetos, filha de pais semianalfabetos, nascida, criada e educada no bairro Rua Nova, a feirense Aretuza Pereira estudou na Escola Estadual Ernestina Carneiro. Em 1999, ingressou no curso de formação de Soldado da Polícia Militar e em 2001, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), cursando Licenciatura em Letras Vernáculas. Talvez, não imaginasse, até então, que o nome de Dona Pomba – como a senhora Ernestina Carneiro é apelidada – retornasse à sua vida como um importante marco: sendo patrona da cadeira ocupada por Aretuza na Academia Metropolitana de Letras e Artes de Feira de Santana. Agora imortal, ela é homenageada pela Casa da Cidadania com a outorga da Comenda Maria Quitéria, exatamente na data que “marca oficialmente a proibição da escravidão, e também, o poder da resistência da população negra”.
“Uma justa homenagem”, avaliou a vereadora Lu de Ronny ao citar que a trajetória da heroína feirense “tem muito a ver com sua história e luta”. Autor do Projeto de Decreto que solicitou a outorga da honraria a Aretuza Pereira, o ex-vereador Josafá Ramos enalteceu a vasta carreira da Soldado, escritora e pesquisadora, que já recebeu a Comenda Maria Quitéria concedida pela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes (FEBACLA), no Rio de Janeiro. Na luta por melhores condições de trabalho, foi acusada, em 2012, de incitar a greve da Polícia Militar em Feira de Santana, lembra o ex-parlamentar.
Outra história de superação emocionou os integrantes da galeria e plenário da Câmara Municipal na noite de sexta. Natural de Itaberaba, o Capitão da PM Rogério Silva Vieira, veio à Feira de Santana com sua família ainda criança. Fugindo da seca e em busca de oportunidades, encontraram refúgio na Princesa do Sertão. Aos oito anos, Rogério pisou os pés, pela primeira vez, em uma escola. Aos 19, concluiu o ensino médio. Também empresário, o Capitão se orgulha de contribuir para Feira de Santana em diversos âmbitos. Sócio do seu irmão, ele citou que ofertam quase 400 empregos: “muitas famílias dependem da gente e isto só aumenta nossa responsabilidade”.
Proponente do Projeto de Decreto Legislativo que concede a Comenda Maria Quitéria a Rogério Vieira, o vereador Jurandy Carvalho disse que a honraria é uma forma de prestar homenagem ao “homem trabalhador, empresário, policial e pessoa que tem sua vida dedicada tanto à PM, quanto à cidade de Feira de Santana”. Também desejou que o profissional “continue sendo essa pessoa valorosa que é para o município”.
A solenidade foi conduzida pela vereadora Lu de Ronny, que compôs a Mesa de Honra ao lado de Jurandy Carvalho; da Guarda Municipal Cássia Dias de Jesus, que representou o prefeito Colbert Martins no evento; ex-vereador Josafá Ramos, autor dos projetos de decreto que concedem a Comenda Maria Quitéria à Soldado e o Título de Cidadão Feirense ao Capitão da PM; ex-vereador e ex-deputado estadual Ewerton Carneiro (Tom); e dos homenageados da noite, Aretuza Pereira e Rogério Silva Vieira.