Recursos para a revitalização do Lago de Pedra do Cavalo, através de ações nos rios Jacuípe e Paraguaçu, devem ser buscados pelos prefeitos e deputados dos municípios sob sua área de influência, junto aos ministérios do Turismo e do Meio Ambiente, defende o ex-diretor de Educação Ambiental de Feira de Santana, João Dias. Ele participou, na manhã de hoje (19), de uma Audiência Pública para debater sobre o grande manancial hídrico da região e seus problemas, principalmente a poluição. “Alguém já viu prefeito dessas cidades ir a Brasília tentar captar recursos ou algum deputado apresentar emenda (ao Orçamento da União) em benefício do Lago?”, questionou.
Segundo o ambientalista, 20 riachos, e não apenas três, em Feira, lançam cerca de 200 mil kg de detritos sanitários no Jacuípe, em período chuvoso. Capacete, cadeira de salão de beleza e outros objetos são jogados nos riachos, pela população. A situação não é menos dramática em outras cidades banhadas pelo rio, como Gavião, São José do Jacuípe, Piritiba e Morro do Chapeu. Em Riachão do Jacuípe, resíduos hospitalares estão contaminando também a barragem do distrito de Jaguara. “Todos (os municípios sob a influência do Jacuípe e Paraguaçu) são omissos”, bradou, na Tribuna da Câmara.
Indignado com as denúncias, o vereador Fernando Torres (PSD) cobrou ação do Ministério Público Estadual. “Tem que ser convocado para exigir dos prefeitos suas responsabilidades. Vê o rio sendo degradado e nada faz?”. Ele vê potencial, no lago, para transformar a agricultura na região: “Podemos ter a maior produção de frutas do país. Precisamos pensar em um grande projeto”. O vereador propõe um estudo sobre “até que ponto é importante, para o cidadão”, a geração de energia na Barragem de Pedra do Cavalo pela Votorantim. “Precisa ser avaliado”. Entende que a prioridade deveria ser a produção de alimentos “e não usar a água para produzir energia”.
O secretário municipal de Turismo, Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Wilson Falcão, reforça o discurso de João Dias, sobre a necessidade de que os prefeitos e deputados atuem na busca de verbas para revitalização de Pedra do Cavalo. Ele disse que o Ministério do Turismo tem muitos recursos e admitiu que “o que nos falta são projetos para reivindicar”.
Representante da Embasa na Audiência Pública, Gildo Borges garantiu a “excelente qualidade” da água que a empresa abastece os municípios com os quais tem contrato. “Fazemos diariamente em 33 municípios mais de 2 mil coletas de água, analisadas em laboratório próprio”. Anunciou uma Parceria Público-Privada de R$ 1,2 bilhão para investimento imediato na ampliação da rede de água e em esgotamento sanitário. A longo prazo, até 2033, mais R$ 18 bilhões vão ser investidos, para que a rede de água no Estado tenha cobertura de 99% e, de esgoto, 90%.
Autor do requerimento propondo a Audiência Pública, o vereador Jurandy Carvalho (PL) lamentou a “falta de ação dos órgãos responsáveis por cuidar do meio ambiente no município e no Estado” visando melhorias para o lago, “caixa d’ água da Bahia”, que abastece aproximadamente 7 milhões de habitantes. “Querem acabar com os rios Jacuípe e Paraguaçu”, ele afirmou. Conhecedor do tema, aponta a necessidade de mudança da dinâmica ambiental na Bahia e em Feira. E apelou ao secretário Wilson Falcão por projetos e busca de captação de verbas para impedir a poluição e “transformar Pedra do Cavalo em um grande um polo turístico e produtor de alimentos”.
Este website utiliza cookies próprios e de terceiros a fim de personalizar o conteúdo, melhorar a experiência do usuário, fornecer funções de mídias sociais e analisar o tráfego. Para continuar navegando você deve concordar com nossa Política de Cookies e Política de Privacidade e Proteção de Dados.