Feira de Santana também pode ter trabalhador em situação análoga à escravidão, adverte vereador
3 de março de 2023
Episódios como o flagrante de mais de 200 trabalhadores em situação análoga à escravidão na semana passada, em uma vinícola de Bento Gonçalves (RS), envolvendo baianos, não se constitui em acontecimento isolado. Fatos do tipo ocorrem tanto em municípios da Serra Gaúcha quanto em Feira de Santana e se devem à falta de fiscalização da atividade de aliciadores por parte do poder público. É o que apontou o vereador Jonathas Monteiro (PSOL) em discurso na tribuna da Câmara nessa quinta-feira (2).
O parlamentar abordou o assunto ao repudiar a xenofobia praticada por um vereador de Caxias do Sul que ofendeu a população baiana ao comentar o caso. “A Bahia ocupa posição vergonhosa em relação ao problema. Mas essa situação só é possível devido a existência de aliciadores no local de origem. Tem que ter fiscalização do poder público e do próprio município para que não permita que isso se repita”, afirmou. Ele lembra que entre os resgatados pela Polícia Federal estavam alguns feirenses.
Para Jonathas, a sociedade precisa ir além do simples repúdio ao fato ocorrido e à fala xenófoba. Segundo o vereador, apesar de parecer distante ou coisa das fronteiras agrícolas, o problema é mais presente do que se imagina. “Aqui mesmo em Feira de Santana, em anos passados, tivemos essa situação na construção civil e em outras atividades. Faço então esse registro não só pelo repúdio, pois até o partido do vereador bolsonarista o expulsou, mas porque é uma questão que diz respeito ao trato humano com as pessoas. E isso independe se somos de esquerda ou de direita”, disse.