Os problemas decorrentes da falta de drenagem de água da chuva, vivenciados por milhares de moradores do município de Feira de Santana durante os últimos dias, dominaram a sessão de hoje (20) da Câmara Municipal. Vários vereadores defenderam que o assunto precisa ser tratado de forma urgente pela Prefeitura, para atacar o caos estabelecido em bairros como Baraúnas, Gabriela, Campo Limpo, Mangabeira, Tomba, Sim, Fraga Maia, Artêmia Pires, Fraternidade, dentre outros, onde as casas estão sendo invadidas pela água e famílias perdem móveis e eletrodomésticos.
Segundo avalia o vereador Jhonatas Monteiro (PSOL), a Queimadinha, um dos locais prejudicados, lida com a situação há cerca de 24 anos. O parlamentar lembra que chegou a apresentar, por indicação, um plano emergencial ao Município, prevendo ação integrada entre vários órgãos da Prefeitura para prevenir tais ocorrências.
“Quando cheguei à Câmara, uma das primeiras coisas que fiz foi transformar em indicação um projeto elaborado por aquela comunidade visando uma ação no local. Mas o plano não foi implementado e as pessoas convivem com a perda de tudo dentro de casa. É vergonhoso que este tipo de coisa continue ocorrendo”, disse.
Para a vereadora Lu de Ronny (MDB), a inexistência de uma política de prevenção contra as enchentes em Feira é a razão do caos. “Ação neste sentido nunca aconteceu. Um assunto de tamanha importância como este tinha que ter ação antes, não depois do colapso total”, criticou. Segundo ela, a gestão municipal está tentando “transferir o problema mais uma vez para a Câmara”, já que não há uma “política pública efetiva por parte da Secretaria Municipal de Planejamento”.
Jurandy Carvalho (PL) chamou a atenção para a atitude da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), cujas obras, segundo ele, acabam resultando em danos nos rios Jacuípe, Subaé e Pojuca. O vereador avalia que a concessionária tem contribuído negativamente para aumentar o problema de enchentes e poluição da rede fluvial da cidade. “Estive observando um dia e vi a água correndo igual rio, mesmo sem ter chuva. É que a Embasa coloca esgoto, muitas vezes, dentro da rede fluvial”, declarou.
Pedro Américo (União Brasil) acusou tanto a Embasa quanto a Prefeitura Municipal por “não se preocuparem com a Princesa do Sertão”. Como exemplo do descaso do Poder Executivo Municipal, citou a situação do Conjunto Habitacional José Ronaldo, onde obras de esgotamento deixam de ser realizadas porque as ruas não têm sequer o CEP. “Soube disso ao questionar a Embasa sobre a rede de esgoto do local”.
A Embasa, por sua vez, “destruiu Feira de Santana”, como se vê em bairros como o Sim, Papagaio, Conjunto Caraíbas, entre outros vários”. Defende que a companhia deve ser alvo de fiscalização por parte da Prefeitura. “Precisa fiscalizar esta empresa e tambem às grandes construtoras, que soterram as nossas lagoas”
Silvio Dias (PT) culpa o longo período do mesmo grupo político à frente da administração municipal pela falta de saneamento. “Nos últimos anos não houve investimentos nessa área. Avenidas como Fraga Maia, e Maria Quitéria, tudo na cidade, está alagando. E vemos o secretário de Planejamento, que tem 20 anos chefiando a pasta, dizer que a culpa é das construtoras. A culpa é do governo municipal e deste grupo”, disse. Também petista, Professor Ivamberg observou que a oposição à atual gestão municipal tem visto que a execução de obras no município “deixa muito a desejar”. Acredita que Feira está “suja e abandonada por incompetência administrativa do atual gestor”.
Foto: Ney Silva
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