Na memória coletiva de Feira de Santana o Casarão dos Olhos D’Água ocupou sempre um lugar especial. Seja pela referência da origem da cidade, como local de parada dos tropeiros, seja como uma construção que preserva os traços da época. Mas agora a história é outra. O velho casarão é uma nova Casa da Cultura, um espaço para as artes. Exposições permanentes e periódicas, eventos, reuniões das academias feirenses e outros movimentos culturais dão vida ao local. Está tudo lá, à disposição do público.
Estudantes são os visitantes mais frequentes do lugar, atraídos especialmente pela riqueza de informações do Memorial de Maria Quitéria, que ostenta histórias e registros fotográficos sobre a heroína da Independência. Agora em setembro, em comemoração aos 191 anos de emancipação política do Município, o Casarão apresenta a bela exposição “Paraíso com nome de Feira”, mostrando a cidade em formato de uma árvore “carregada” de imagens e informações históricas.
Obras do artista plástico Josman Lima também fazem parte da exposição, cuidadosamente mantida pela curadora Jucilene Lacerda, que também é administradora do espaço. Ela faz questão de mostrar os desenhos de antigos casarões da cidade feitos pelo estudante Rafael Souza de Andrade, de 11 anos de idade. “Hoje o Casarão tem vida”, diz Jucilene, sem esconder o orgulho de participar do projeto de restauração, para transformá-lo, de fato, em um espaço cultural.
Ela ressalta a participação das academias para agitar o imóvel histórico, que fica na rua Araújo Pinho, restaurado em 2020. São quatro dessas entidades, instaladas ali, onde realizam suas reuniões mensais e mantêm seus acervos: Academia de Educação, Academia de Letras e Artes e Academia Feirense de Letras, além do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana (IHGFS). O centenário casarão se renovou, mas mantém as características antigas, com seu piso de tijolo e portas e janelas de madeira.
E é o presidente da Academia de Educação de Feira de Santana, professor e ex-prefeito da cidade José Raimundo Pereira de Azevêdo, quem atesta o valor histórico do Casarão para as áreas de Educação, Cultura e Artes, bem como pelo fato de ser uma construção que remete a uma época distante. Ele destaca ainda o Memorial de Maria Quitéria, que é uma importante fonte de pesquisa e lembra o período em que o espaço ficou desativado. “Sem dúvida, um ganho para Feira de Santana”, define.
O Casarão dos Olhos D’Água, hoje Casa da Cultura de Feira de Santana, funciona por meio de um convênio com a Fundação Pedra, proprietária do imóvel. Conforme lembra o presidente da Fundação Egberto Costa, Antônio Carlos Daltro Coelho, o casarão estava praticamente “no chão”. Ele assegura que a Fundação administra o espaço com todo carinho pelo que o mesmo representa. “Sem dúvida alguma, o Casarão influencia diretamente na cultura de Feira de Santana”, afirma.
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