Jhonatas critica campanha do Governo do Estado contra as drogas: sem substância
18 de novembro de 2021
O combate às drogas, bem como a criminalidade de modo geral, só vai avançar quando a questão for tratada como política pública e não como tabu. A opinião é do vereador Jhonatas Monteiro (PSOL), ao comentar a campanha que está sendo divulgada pelo Governo do Estado, com o slogan “Mais famílias, menos drogas”. Segundo ele, “não há preocupação real com o problema e a abordagem da temática é feita com hipocrisia”.
No entendimento de Jhonatas, que trata o assunto como prioridade do mandato, as campanhas devem ser efetivamente informativas, a partir de uma visão geral de aspectos fundamentais. “É preciso prover espaços de saúde adequados para tratamento, por exemplo”, citou o vereador, destacando que a situação deve ser enfrentada “com mais inteligência, ao invés de truculência”.
Destacando a necessidade de uma nova regulamentação do tema, que considere os múltiplos aspectos como o direito à informação, e a análise menos simplista do mapa da violência, o vereador informou que está sendo articulada uma Audiência Pública conjunta com a Assembleia Legislativa. “A lógica de Segurança Pública foi instituída não para combater o tráfico, que inclusive cresceu a partir do proibicionismo, assim como o nível de letalidade”, afirmou.
Jhonatas Monteiro apresentou os índices de encarceramento em massa de pretos e pobres, segundo os quais atualmente entre os presos no Brasil, 61,7% são pobres e chegou a 75% em 2014. Os dados são da ONG mexicana Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal, que atribui a Feira de Santana a 9ª posição entre as cidades mais violentas do mundo. “Em 2019 era a 14ª, pelo levantamento da mesma instituição.
“A ideologia da chamada guerra às drogas não é preocupação com o uso abusivo, mas a utilização desse argumento para criminalizar determinados segmentos sociais e praticar racismo e ações policiais indiscriminadas”, ressaltou o vereador, prevendo que daqui a 10 anos o mesmo problema estará sendo discutido e reforçando que esse modelo de segurança favorece ainda mais o crime organizado. “A propaganda do Governo do Estado é apenas um apelo, sem qualquer substância real”, finalizou.