Praticar o bem, é o que move Irmã Rosa Aparecida, que coloca o amor e a sabedoria acima de tudo, quando a questão é assistir ao próximo. É com essa visão que a religiosa dirige o Dispensário Santana, uma das instituições de maior destaque no interior da Bahia. Feirense por adoção, ela vive nesta cidade desde jovem, vinda do município de Uauá, no Sertão da Bahia. O sorriso largo, sua marca registrada, esconde uma timidez típica dos que preferem ficar longe dos holofotes. “É assim que eu sou feliz”, diz ela, que também atuou na Educação por muitos anos.
Discreta, mas sempre disposta a ir em busca do melhor para quem precisa, Irmã Rosa mantém um vigor invejável aos 80 anos de idade, 57 de vida religiosa e 41 à frente do Dispensário, que define como “uma obra de Deus”. Garante que nunca se arrependeu da mais importante escolha de sua vida: seguir Jesus. “Faço tudo que eu gosto e gosto de tudo que eu faço”, afirma, convicta, sobre o trabalho que realiza, cujo maior propósito é “humanizar vidas, com tranquilidade e serenidade”.
Segundo ela, a mão de Deus se espalha sobre os projetos que buscam conhecimento e bênção e despertam a vontade de ajudar.
Apaixonada pela missão que lhe foi confiada, sugere que na verdade Jesus é quem age e é por meio da graça e do amor de Deus que as pessoas despertam o sentido de fazer o bem. E o que ela faz de melhor é “exercitar a cidadania, com fé e solidariedade”, como destaca a jornalista Rachel Pinto em um texto sobre a religiosa e sua atuação na assistência social.
Cidadã Feirense de fato e por direito concedido pela Câmara Municipal, a freira, que volta e meia encontra ex-alunas do Colégio Padre Ovídio, declara seu amor à terra de Senhora Sant’Anna por meio de palavras, com um sorriso que parece vir direto da alma ou um abraço acolhedor. A qualquer momento e em qualquer lugar.
Sempre atenta, propõe pequenos intervalos na entrevista para falar sobre passagens bíblicas de valor histórico para a prática do cristianismo no dia a dia.
É assim, fazendo da vocação o combustível para as obras sociais, que a menina batizada como Marlene Borges Ribeiro se tornou a Irmã Rosa Aparecida, condutora de um projeto conhecido em todo o Brasil. Trata-se de um trabalho feito por muitas mãos e, principalmente, muitos corações, voltado para crianças, mulheres e idosos, conforme ressalta. O resultado acaba refletindo em toda a sociedade. Vaidade? Nenhuma. Mas sim uma sensação de realização plena, desde que atendeu o chamado de Deus.
Não dá para falar de inspiração com Irmã Rosa Aparecida sem lembrar de seu grande inspirador na vida, o Monsenhor Mário Pessoa, idealizador do Dispensário Santana. Foi uma relação de amor e carinho, sustentada pelo objetivo comum de ajudar os pobres e também pela fé. Seguindo essa linha, a instituição trabalha com os princípios da educação, evangelização e promoção humana. “É uma obra a serviço da comunidade feirense”, afirma, citando o abrigo de idosas, a padaria, a fábrica de fardamentos e de doces cristalizados, além das atividades para crianças, voltadas para a arte a cultura.
Ainda sobre inspiração, a religiosa cita o trabalho desenvolvido por Irmã Dulce – e muitas outras pessoas, mesmo sem o merecido destaque – e assegura que o resultado não viria sem a efetiva participação das pessoas e a condução de Deus. Em Feira de Santana, cidade que aprendeu a amar desde que aqui chegou, diz que sempre foi acolhida. “Eu sinto que sou muito amada”, afirma, sem esconder a alegria diante dessa constatação.
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