Movimento LGBTQIA reage, na Câmara, a projeto que proíbe uso de linguagem neutra de gênero nas escolas e espaços públicos
13 de outubro de 2021
Representando o Grupo de Trabalho de Gênero, os diversos segmentos vinculados aos movimentos LGBTQIA em Feira de Santana e também as áreas de pesquisa e extensão do Departamento de Letras da UEFS, a professora-doutora Maria Aparecida Prazeres Sanches anuncia posição contrária à aprovação de um projeto em tramitação na Câmara Municipal. A proposta, de autoria do vereador Edvaldo Lima (MDB), proíbe o uso de linguagem neutra de gênero no âmbito público e escolar. Ela falou sobre o assunto nesta quarta (13) ao utilizar a Tribuna Livre da Casa da Cidadania, onde fez a leitura de uma carta, subscrita por dezenas de entidades e lideranças.
Segundo ela, a linguagem não-binária, considerada por ela menos sexista e transfóbica, atende à necessidade de diversos grupos sociais “constantemente violentados em seus mais básicos direitos” e não interfere na vida da população. No ambiente escolar, por exemplo, observa, cada unidade estabelece normas e diretrizes, em seu projeto pedagógico. A professora apela à Câmara que não paute a votação do projeto, que em seu entendimento apresentaria problemas de ordem meritória e jurídica. A linguagem, argumenta, se modifica constantemente, acompanhando as evoluções na sociedade, “não existindo forma única e engessada de se expressar”. Garante que haverá resistência “a toda e qualquer forma de tirar direitos dos segmentos da população LGBTQIA “.
O presidente da Câmara, Fernando Torres (PSD), diz que a Casa está aberta a toda manifestação, legítima e pacífica, para apoiar ou divergir de proposições que estejam em tramitação no Poder Legislativo. “Aqui é um espaço democrático e independente. Toda opinião será respeitada e devidamente refletida pelos colegas vereadores”, assegura o dirigente.