“Não dá para combater a covid-19 com um transporte coletivo abarrotado”, afirma representante do Fórum Popular de Feira
16 de abril de 2021
“Não dá pra pensar em combater a covid-19, se você tem um transporte coletivo abarrotado; não se pode falar em lockdown se as pessoas precisam trabalhar diariamente e se expõem em um transporte público oferecido pelo município com veículos lotados que são focos de disseminação da doença”. A declaração é do representante do Fórum Popular de Saúde de Feira de Santana, Adroaldo Oliveira, palestrante convidado para participar da audiência pública organizada pela Comissão Especial de Combate à covid-19 da Câmara Municipal na quinta (15).
O encontro foi realizado vitualmente e contou com a participação de vários profissionais de saúde da cidade que estão atuando na linha de frente no combate ao coronavírus, dentre eles Adroaldo, que destacou, em seu discurso, a necessidade de se estar atento às propostas do Governo Federal quanto à destinação dos recursos aos Estados e Municípios.
“Falar de covid-19 requer uma reflexão sobre o nosso sistema público de saúde, que é o SUS. Temos uma população de cerca de 150 milhões de pessoas que dependem dele, e em torno de 50 milhões de pessoas que têm planos de saúde, mas também dependem das políticas do SUS, como o Sistema Nacional de Imunização e várias políticas do sistema público de saúde”, disse.
De acordo com Adroaldo, os recursos do sistema público estão inversamente proporcionais ao que os entes deveriam dispor na realidade, pois tem, neste ano de 2021, um orçamento do Governo Federal em torno de R$ 60 bilhões a menos comparado com o ano de 2020. “Precisamos refletir sobre isso. A assistência à covid-19 e suas sequelas, e outras questões que acontecem neste país, de alcance continental, têm as verbas comprometidas, pois está inferior quando comparado com o ano passado”, disse.
O representante do Fórum Popular também pontuou: “Não dá pra falar de combate à covid-19 quando há a emenda constitucional nº 95/2016, que reduz os investimentos em saúde. Tanto que o movimento da saúde a nível nacional, na conferência ocorrida em 2019, aprovou resoluções e propostas no sentido da revogação desta emenda, que fixou um teto para o crescimento dos gastos públicos e investimentos da saúde”.