“O que está acontecendo agora na educação não foi por falta de aviso à secretária Anaci Paim”, afirma vereador
23 de março de 2022
“A rede estadual tem um conjunto de problemas, e nós já havíamos apontado que essa bomba ia estourar agora”. A fala é do vereador Jhonatas Monteiro (PSOL), que se pronunciou sobre os problemas envolvendo o retorno das atividades escolares em Feira de Santana na tribuna da Câmara Municipal na terça-feira (22).
Conforme o parlamentar, o pessoal (da Secretaria de Educação e da Administração Municipal) “espera acontecer o problema para depois negá-lo, e então joga a culpa nos outros e diz que pai e mãe estão fazendo manifestações porque gostam de aparecer”. Pontuou que o que está desenhado, no cenário atual da educação no município, é uma futura greve e, por esse motivo, pediu que seja reaberta imediatamente a Secretaria de Educação para que seja enfrentado esse problema das escolas.
“Eu já usei essa tribuna para apresentar várias denúncias a respeito do tema, agravadas pela municipalização das escolas. O que está acontecendo agora não foi por falta de aviso à secretária Anaci Paim. Nós, da Comissão de Educação e Cultura aqui da Câmara, estivemos, ao longo do ano passado, dialogando justamente sobre a situação de várias escolas que, já em 2021, apontavam a impossibilidade de recomeçar, de retomar as atividades presenciais”, disse.
Jhonatas relembrou o discurso da secretária ao longo de várias reuniões. “Ela dizia que “a (escola) que não tiver nada para fazer, pelo menos vamos pintar”. Dizia ainda que faria a reforma completa de umas escolas, a parcial de outras, que contrataria e convocaria professores do concurso e garantiria o que é ligado à carreira dos professores, mas nada disso saiu do discurso do ano passado”, frisou.
O vereador, em seu discurso, também informou que recebeu recados de diversas escolas que, segundo ele, “traduzem, com todas as letras, qual é o retrato atual”, e leu um comunicado que fora encaminhado às famílias pela direção escolar e que chegou ao seu conhecimento. “As pessoas têm medo de retaliação política, de represália, por isso não vou dizer quais escolas entraram em contato comigo, mas o comunicado informava que as aulas não iriam começar em algumas escolas por falta de quadros nas salas de aula, ausência de porteiros e de agentes de serviços gerais, reforma não cumprida, ausência de professores para o cumprimento de carga horária, e falta de merenda escolar”, destacou.
Para o parlamentar, não será possível avançar na educação de Feira de Santana se o problema, o diagnóstico da doença não é enfrentado. “É preciso tratar com sinceridade os problemas que foram colocados. A realidade que a gente vê, infelizmente, é essa. Isso tudo parece aqueles casos em que a pessoa vai ao médico e ele diz que não tem uma notícia muito boa para dar a ela. E questiona: “você está preparada?”. A pessoa responde: “não me diga, doutor. Prefiro viver sem saber”. Essa é a postura da secretária””, comparou.