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O trabalhador rural e a labuta para garantir comida na mesa
26 de maio de 2022

“De manhã cedo/ pego minha enxada/ sem café sem nada/ e vou trabalhar”. A labuta árdua do agricultor no dia a dia gera versos profundos como estes, do vasto repertório da chamada música de trabalho, entoada pelos trabalhadores rurais durante o plantio e a colheita. E foi com muita música que o grande público que lotou a galeria e o plenário da Câmara Municipal, na tarde desta quarta-feira (25) foi recebido para a sessão solene comemorativa do Dia do Trabalhador Rural. 
 
Folhas, flores, raízes, grãos e frutos foram usados para compor o cenário na Casa Legislativa, que recebeu trabalhadores de todos os distritos e representantes de entidades representativas do segmento produtivo. “A Casa da Cidadania hoje se reveste do campo, e toda a sua representatividade para celebrar uma data histórica”, disse o vereador Professor Ivamberg (PT), autor da proposta de realização da sessão.  
 
Ainda é possível casos de situações análogas à escravidão. Outros que trabalham em regime de escampo, em troca de coisas. É preciso refletir sobre os direitos que lhes são negados pelo Poder Público. Orçamento da Secretaria de Agricultura é de apenas R$ 5 milhões, para oito distritos, enquanto o Gabinete do Prefeito é R$75 milhões. Para ressaltar a importância do trabalhador rural para a sociedade, Ivamberg citou a máxima que diz: “Se o campo não planta, a cidade não janta”. 
 
“Homenagear essas pessoas não se trata de um ato figurativo, mas o reconhecimento da importância do trabalhador rural, símbolo de resistência e luta, inclusive na ditadura”, disse Yuri Caetano do Carmo, agricultor quilombola e graduando em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), palestrante da sessão. Ele citou datas marcantes no município, como a morte do sindicalista rural Dionísio Pereira e a criação da Associação Comunitária da Matinha.  
 
“Precisamos lembrar dessas pessoas com mais frequência”, defendeu, destacando a importância das entidades representativas do agricultor rural, “organizações que são e sempre serão pilares em defesa do homem do campo”, conforme frisou, destacando o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar, Conceição Borges, que deixou o seu recado, claro e objetivo: “Se o campo não roça a cidade também não almoça”.  
 
Também falaram durante o evento a trabalhadora rural e ativista Diana Vitória dos Santos; Rita de Cássia Breda Mascarenhas Lima, pró-reitora de Extensão da UEFS; Gerinaldo Costa, presidente do PT em Feira de Santana; e Pedro Américo, secretário municipal de Agricultura, vereador licenciado, que defendeu a construção de um diagnóstico e manutenção de parcerias para o projeto Qualifica Rural, com cursos nos mais variados segmentos de produção rural, e formação do próprio banco de sementes. 
 
Os vereadores Silvio Dias (PT), Jurandy Carvalho (PL), Luiz da Feira (Avante), Zé Curuca (UB), Petrônio Lima (Republicanos)e Jhonatas Monteiro (PSOL) No final da sessão, representantes de dezenas de comunidades rurais e dirigentes de entidades, cerca de 40, foram homenageados da forma mais significativa que poderiam esperar. Todos receberam mudas de plantas das espécies jabuticaba, mangueira, açaí e jenipapo certificados. Depois da exibição de um vídeo sobre a vida na zona rural e um cortejo simbolizando as etapas da produção, um lanche com comidas típicas da roça foi servido aos participantes da sessão. 
 
 

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