Obras do BRT e duplicação da Artêmia Pires questionadas na Câmara
9 de setembro de 2021
Um caminhão de uma empresa de alimentos ficou enganchado numa das estações do BRT (Bus Rapid Transport), situada na avenida João Durval. A crítica é do vereador Professor Ivamberg (PT), que discursou sobre o assunto na tribuna da Câmara Municipal recentemente. Segundo o vereador, não é a primeira vez que isso acontece, e o motivo é a falta de planejamento e de mobilidade urbana da cidade, o que também ocasiona problemas na duplicação da avenida Artêmia Pires, situada no bairro Sim.
“As obras do BRT dispensam comentários. Já vimos que é uma falcatrua. E não é a primeira vez que isso do caminhão acontece. Seria cômico se não fosse trágico. Como é que fazem um local sem a altura necessária para passar um caminhão baú numa avenida estreita? Porque a gente sabe que se colocar uma via exclusiva vai acabar. E numa entrevista concedida recentemente pelo secretário de Planejamento, Carlos Brito, ao programa Acorda Cidade, ele disse que as obras de duplicação da avenida Artêmia Pires vão começar em fevereiro, mas que não é possível duplicar toda aquela avenida porque muitos empreendimentos foram construídos sem o recuo necessário”, disse.
Ele continuou: “E aí eu pergunto: quem é que concede o alvará de construção das obras? É a Prefeitura ou sou eu, que não sou engenheiro nem arquiteto?. E outra coisa: o secretário que aí está, na Secretaria de Planejamento, tem mais de 20 anos (no cargo), mas as obras da avenida Artêmia Pires não tem 20 anos. E por que não vai poder duplicar toda a extensão? É por causa de falta de planejamento. A Prefeitura é responsável pelo fornecimento do alvará e do Habite-se, bem como pela fiscalização das obras. Então, a Prefeitura é a responsável por esse problema porque Feira de Santana é uma cidade não planejada”.
Emerson Minho (DC) concorda que é notória a falta de planejamento. “Vimos isso na Nóide Cerqueira e agora estamos vendo na avenida Fraga Maia: a necessidade de um canteiro central que faça a ligação da Fraga Maia com a avenida Maria Quitéria. Ainda dá tempo de o prefeito e o secretário de Planejamento fazerem isso. É um plano de mobilidade urbana que parece que eles rasgam todo dia e só serve para a política. Então peço ao senhor e aos demais colegas vereadores que batam nessa tecla, porque até um carro do governo do Estado já foi pego fazendo uma roubadinha em cima do viaduto da Nóide”, frisou.
Professor Ivamberg reclamou ainda sobre a obra que está sendo realizada na rua Professor Rubens Francisco Dias. “Está causando um transtorno naquela área aos moradores do Papagaio. E as obras do viaduto da avenida Maria Quitéria também estão demorando muito, assim como a obra da Nóide demorou bastante, e ainda, quando abriu, foi parcialmente, com aquele gargalo de entrada, o que demonstra falta de planejamento. O mais interessante é que, na época de eleição, as obras acontecem numa velocidade impressionante. Aí fica a reflexão: por que será que isso acontece?”, indagou.
O vereador Pedro Américo (DEM) disse que as obras do município demoram menos que as obras do Governo do Estado, a exemplo do Centro de Convenções e da Lagoa Grande, que tem mais de 10 anos e ainda não foi concluída. “O primeiro ponto é esse: você pode ter diversas situações que podem causar o atraso na obra, internos e externos. A gente vê ali, há mais de 10 anos, só dinheiro entrando e o esgoto a céu aberto na casa das pessoas. Mas entendo que a gente precisa debater de maneira efetiva. A reflexão que Vossa Excelência traz é importante do ponto de vista urbano. Inclusive já pedi aqui nesta Casa e acho que a gente pode organizar com a Comissão de Transportes uma audiência pública”, sugeriu.