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Prefeitura de Feira é acusada de doar alimento vencido para evento de religião de matriz africana
27 de agosto de 2024

O líder religioso feirense Aristides Maltez, representante da Associação Unzó Itakayango, usou a Tribuna Livre da Câmara, nesta terça-feira (27), para reclamar de uma doação de alimento com data de validade vencida, pela Prefeitura, para apoio a um evento da instituição, no mês de janeiro deste ano. Segundo ele, foram repassados, para a alimentação dos participantes do “Encontro das N’danjis do Axé”, cerca de 100 pacotes de biscoitos, com prazo de consumo expirado em 16 de novembro de 2022.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedeso) foi responsável pela doação ao evento. “Este tipo de lanche é destinado ao povo candomblecista.
Enquanto recepcionam os ricos em restaurantes de luxo, isto é o que nos é oferecido. Tenho certeza que nenhum secretário oferece este tipo de comida para os seus convidados”, protestou o líder religioso deixando um dos pacotes de biscoito para análise da Câmara.

Outra situação protagonizada pela Prefeitura, conforme relato de Aristides Maltez, trata-se de dificultar acesso à distribuição de cesta básica por integrantes do culto de matriz africana. Dizendo-se vítima do problema, ele relatou que, no início deste ano, sua casa e de diversos outros moradores do bairro Campo Limpo foi alagada. Inclusive, houve perda de móveis e utensílios. No entanto, após o cadastro das famílias junto ao Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) e a respectiva entrega de documentações à Sedeso, todos receberam cesta básica, colchão e cobertor. “Quanto a mim, a servidora do órgão disse que devido ser agente de endemias, não teria direito a receber”, relatou.

No entanto, conforme Aristides, houve uma agente comunitária de saúde (ACS), residente no mesmo loteamento dele, recebeu os alimentos da Prefeitura. “Fui à secretaria, mas não consegui falar com o titular da pasta”, frisou, cobrando que o direito às políticas públicas seja garantido à todas as pessoas. Aos parlamentares do Legislativo, o líder religioso solicitou uma fiscalização mais rigorosa quanto à quantidade de itens que integram a cesta básica, doada pelo Município: “São apenas cinco itens. É bom começar a observar”.

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