A Prefeitura de Feira deve dar, à sociedade, detalhes sobre a aposentadoria, pelo Município, de um cirurgião-dentista, de 71 anos, preso este mês pela Polícia Federal em Santa Cruz Cabrália, na Bahia. A cobrança é do vereador Professor Ivamberg (PT). Em discurso esta semana, na Tribuna Maria Quitéria, ele chamou a atenção sobre suspeita a respeito do vínculo do servidor com o Município e do consequente benefício previdenciário.
Procurado pela Justiça de Minas Gerais há 18 anos, em razão de acusação de homicídio, o foragido seria aposentado pelo Instituto de Previdência da Prefeitura de Feira. “O que mais impactou nesta história é que o criminoso era do Rio de Janeiro. A gente tem que investigar como uma pessoa que veio para cá e passou 12 anos (no serviço público municipal), ao que parece, acabou sendo aposentado pela Prefeitura como cirurgião-dentista. Será que ele contribuiu o tempo necessário para obter este direito?”, questionou Ivamberg.
O parlamentar garantiu que, visando obter o esclarecimento do assunto, irá protocolar um requerimento de informações no Legislativo, pedindo que a Prefeitura explique o fato. Será solicitado, por exemplo, comprovação da quantidade de anos que o servidor exerceu o cargo em Feira.
“E mais ainda, queremos saber quais foram as pessoas que o acobertou, porque dizem que é amigo de alguns, irmão de outro. Entrarei com o pedido para sabermos ao certo, porque se não fizer jus à aposentadoria do órgão municipal, significa um caso de dinheiro público sendo desviado”, alertou o petista.
Ressaltou o parlamentar, o intuito não é prejulgar, e sim, obter as informações devidas a fim de repassá-las à sociedade local. Ivamberg frisou que sanar dúvidas envolvendo questões de orçamento, aplicação de verbas públicas e aposentadorias obtidas junto à Previdência Municipal, é prerrogativa da Casa da Cidadania: “Digo isto, porque as coisas acontecem em nossa cidade e não são explicadas. A gente ouve no noticiário nacional, mas como vereadores temos que fiscalizar para a população ter conhecimento. E de repente, quem sabe, vem de lá uma explicação plausível da Prefeitura?”.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
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