“Eu suponho que vocês estão se perguntando: Como assim, um semianalfabeto pode falar com propriedade sobre Educação? Posso falar sim, sobre o quanto ela faz falta na vida das pessoas”. Com esta declaração forte e marcada pela emoção, o vereador João dos Santos (João Bililiu) iniciou a saudação aos convidados para a sessão solene na noite desta terça-feira (3), para outorgar o Título de Cidadã Feirense à professora e advogada Geruza Gomes dos Santos.
E ele pode falar mesmo sobre as dificuldades de acesso à Educação para um menino pobre, sem condições e incentivo para se dedicar aos estudos, o que deixou marcas profundas, conforme admitiu. “Minha ausência no meio acadêmico, no entanto, fez aumentar ainda mais a admiração e o respeito pelos professores, que são a materialização do que precisamos ser e saber”, afirmou o vereador, acrescentando que cada oportunidade para homenagear um professor é motivo de festa.
Ele justificou a indicação de Geruza Gomes para receber a cidadania feirense pela bela história que a mesma construiu na cidade, que transformou em sua “casa”, com uma relação de amor, cumplicidade e gratidão. A homenageada, que é graduada em Direito desde 1995, é natural do Município de Ipirá (distrito de Malhador). Em Feira de Santana constituiu família – é mãe do jovem Felipe Gomes Nunes – e ganhou posição de destaque tanto na área do Direito como no meio acadêmico.
Geruza atuou na advocacia em Araguaiana (TO) e Salvador. Em 1998 veio para Feira de Santana e, entre processos e audiências, a docência começou a ganhar espaço. Atualmente é coordenadora do curso de Direito da UniFTC Feira de Santana, onde também exerce a docência inclusive na pós-graduação, e é professora da Faculdade de Ciências Educacionais (FACE) e Faculdade Maria Milza (FAMAM. Recentemente foi aprovada avaliadora do INEP/MEC, para reconhecimento dos cursos de Direito no Brasil.
Parafraseando o psiquiatra suíço Carl Jung, Geruza Gomes disse que é possível conhecer todas as teorias e dominar todas as técnicas, mas sinalizou que “ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. Agradecida e feliz, a nova cidadã feirense afirmou que a teoria é muito bonita, mas a prática é fundamental para dar acesso à justiça e melhores condições de vida às pessoas, o que só pode ser feito por meio da educação. “Essa é a nossa função”, destacou.
Sobre o título, que classificou como “uma oferta”, ela confessou que era um sonho agora realizado, como tantos outros alimentados pela profissional que, ainda menina, chegou a andar dois quilômetros e meio por dia para estudar. De família pobre, agradeceu aos pais Edézio dos Santos e Joselita Tanan Gomes, grandes incentivadores. Como professora, disse ter aprendido a ver o indivíduo como quem quer aprender e também como ser humano, citando a necessidade de se praticar, de fato, a empatia, que se tornou a “palavra do século”.
“Precisamos dizer mais sim do que não. Sim para a educação, a vida, a caridade, a humanidade. Não só ao que é ruim”, defendeu a advogada e professora, que disse sentir-se totalmente à vontade na tribuna da Casa da Cidadania, “um lugar onde devemos nos sentir o lugar onde devemos nos sentir acolhidos”, conforme ressaltou. O discurso de Geruza Gomes foi pontuado pela gratidão e dirigido aos familiares, amigos, colegas do Direito e da Docência e autoridades, que lotaram a galeria e o plenário.
A sessão foi conduzida pelo vereador José Carneiro Rocha, que compôs a Mesa de Honra ao lado de Paulo Aquino, chefe de Gabinete, representando o prefeito Colbert Martins da Silva Filho; professor Cristiano Lôbo, Reitor da UniFTC Feira de Santana; ex-vereador Fábio Lucena; Darlan Gomes dos Santos e a homenageada. Professores estudantes da UniFTC prestigiaram a solenidade.
Confira mais fotos aqui.
Este website utiliza cookies próprios e de terceiros a fim de personalizar o conteúdo, melhorar a experiência do usuário, fornecer funções de mídias sociais e analisar o tráfego. Para continuar navegando você deve concordar com nossa Política de Cookies e Política de Privacidade e Proteção de Dados.