O Município de Feira de Santana registra apenas 25,51% de cobertura vacinal de sua população. Este preocupante número, dentre outros, foi apresentado hoje (21), na Tribuna Livre da Câmara, pelo promotor de justiça Aldo Rodrigues. Convidado pela presidente da Casa, Eremita Mota (PSDB), o representante do Ministério Público alertou para o eminente risco de que doenças consideradas erradicadas possam voltar. Segundo ele, o quadro de baixo índice na vacinação ocorre em todo o país. De acordo com os dados do Plano Nacional de Imunização (PNI), exibidos no telão do plenário, esta cidade tem resultado ainda pior que a Bahia, 22º estado no rânking nacional, atingindo 37,54%, um dos piores desempenhos do Brasil em vacinação geral, considerando todas as unidades da federação. O Nordeste atinge 39,53%.
“Nosso trabalho é fiscalizar e acompanhar as medidas adotadas pelo poder público. Estou aqui para alertar ao parlamento para algo alarmante e muito perigoso, que é a pequena adesão aos imunizantes que integram o calendário básico de vacinação”, disse o promotor. Ele defende a realização de uma grande ação para aumentar substancialmente o número de indivíduos vacinados. Conclamou aos vereadores para, em suas andanças nos bairros e distritos, também alertar os pais para a responsabilidade deles perante a imunização dos seus filhos.
Cumprindo a sua missão como órgão que monitora e fiscaliza temas de interesse coletivo da sociedade, o Ministério Público, informa Aldo Rodrigues, já “engatilhou” o denominado Pacto Nacional pela Consciência Vacinal. Conforme o promotor, esta é uma iniciativa do Conselho Nacional do Ministério Público, com adesão formal do MP-BA, inspirada no diálogo interinstitucional com organizações e lideranças responsáveis. O objetivo é levar ao povo brasileiro uma mensagem sobre o quanto é importante retomar índices seguros e homogêneos de cobertura vacinal em todo o país.
As estatísticas apresentadas foram recebidas com preocupação pelos vereadores, que interagiram com o promotor durante o seu pronunciamento e garantiram esforço pela conscientização das pessoas em relação ao compromisso da vacinação. Professor Ivamberg propôs à Mesa da Câmara realizar uma campanha do próprio Poder Legislativo e, ao MP, “diagnosticar e combater as causas” do problema em Feira de Santana. “Diante deste quadro grave”, o vereador Paulão (PSC) questionou se o MP já “sentou-se à mesa” com o Governo Municipal. O promotor respondeu que sim, “desde o ano passado”. Pastor Valdemir (PV) disse que o tema “não pode” ser politizado: “precisamos atuar em harmonia”.
O vereador Jurandy Carvalho (PL) garantiu que o seu mandato irá agir em todas as áreas onde ele atua, especialmente junto à população ribeirinha do Jacuípe. Professor Jhonatas Monteiro (PSOL) registrou que falta, no Município, agente comunitário de saúde nos bairros e distritos, para auxiliar nesta missão. A presidente Eremita Mota convocou os órgãos responsáveis a “agir imediatamente”, através de campanhas educativas em massa: “Não podemos deixar que doenças já extintas, como o sarampo, pólio ou febre amarela, voltem a atormentar a nossa população, principalmente as crianças”.
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