Sessão especial de combate à situação do SUS ocorre na Câmara; discutidos entraves e desafios vivenciados no município
19 de maio de 2022
“Essa sessão é de combate. E se há combate é porque há outro lado que não quer resolver a situação que está posta. Vamos continuar lutando. Viva o SUS, que é um patrimônio da sociedade brasileira”. A declaração é do vereador Jhonatas Monteiro (PSOL), propositor de uma sessão especial sobre o fortalecimento do SUS – Sistema Único de Saúde, mais precisamente sobre seus entraves e desafios vivenciados no município de Feira de Santana.
A sessão foi realizada na manhã desta quinta-feira (19) na Câmara Municipal. De propositura do vereador Jhonatas, através do requerimento nº 28/2022, em parceria com o Fórum Popular de Saúde da cidade, o encontro discutiu a atual situação do sistema em decorrência da pandemia do coronavírus e a importância dele para a população em geral, em especial o uso das verbas destinadas para a área e o uso destas.
Mariana Costa da Silva, representante do Fórum Popular de Saúde, frisou que seus integrantes têm buscado, ao longo dos anos, lutar pela melhoria da saúde do município, e lembrou do artigo 196 da Constituição Federal. “Em nenhum outro lugar do mundo há um sistema de saúde deste porte, universal e integral. Muitas pessoas dizem que não utilizam o SUS porque dispõem de planos particulares, mas isso demonstra um desconhecimento da população. Todos os dias nós fazemos uso do SUS, desde o abrir da torneira para escovar os dentes até o transplante de órgãos e sangue”, disse.
Fábia Kelly Freitas, representante do COREN – Conselho Regional de Enfermagem, falou sobre a desestruturação do trabalho no mundo, justificada pela crise da sociedade capitalista e das situações que foram acentuadas ao longo dos anos. Criticou ainda a crise sanitária, especialmente durante o período da pandemia, quando “os enfermeiros tinham apenas duas máscaras disponibilizadas para usarem durante todo o mês de trabalho”.
Dentre os presentes esteve também Everaldo Pereira Vitório, presidente do SINDACS – Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde, que frisou que há muitos profissionais da categoria com problemas de saúde devido a falta de estrutura laboral e de insumos. Disse, inclusive, que muitos deles morreram durante a pandemia. “Precisamos apoiar o SUS, mas é necessário mais compromisso das gestões”, frisou.
A vereadora Lu de Ronny (MDB), que é enfermeira por formação, salientou que não existe SUS sem a Enfermagem, os agentes de endemias e os profissionais de saúde em geral. Luiz da Feira (Avante) pontuou que o prefeito de Feira de Santana é médico, mas tem conduzido a gestão da saúde do município de forma errônea, apesar de receber uma verba considerável para a área, “que não é pouco”.
Emerson Minho (DC), presidente da Comissão de Saúde da Casa Legislativa, pontuou que “o Brasil é o país que tem mais projetos certos com a condução errada das verbas”. Conforme o parlamentar, o dinheiro chega, mas falta gerenciamento. “Isso foi constatado na CPI da Saúde feita por esta Casa, quando o secretário de saúde do município, Marcelo Britto, realizou uma consultoria para a UPA da Queimadinha por R$200 mil. O dinheiro está escorrendo pelos braços da população para ser desviado”, disse.
A realização de uma audiência pública para continuar a discutir o assunto será agendada em breve, após reunião entre o Fórum e a Comissão de Saúde da Câmara. Também marcaram presença na sessão especial os vereadores Paulão do Caldeirão (PSC), Eremita Mota (PSDB), Galeguinho (PSB), Pastor Valdemir (PV), Zé Curuca (União Brasil) e Petronio Lima (Republicanos).