Tirar da vida a palavra “revolta”, recomenda fundadora da Casa do Caminho, em celebração do Livro dos Espíritos

Uma noite de paz e luz. E não poderia ser diferente, em um encontro sobre religião, ciência, filosofia, imortalidade, reencarnação e tudo que envolve a doutrina espírita, que tem no amor, a Deus e ao próximo, a razão de ser. O espaço do plenário e a galeria da Câmara Municipal ficaram pequenos, na noite desta terça-feira (18), para a sessão solene proposta pela presidente da Casa, vereadora Eremita Mota (PSDB), comemorativa pelo dia dedicado ao Livro dos Espíritos (18 de abril), obra assinada pelo francês Allan Kardec e lançada há 166 anos. O evento foi abrilhantado por nada menos que seis palestras sobre vários apectos relacionados à doutrina e seus estudos.

A fundadora do Centro Espírita Casa do Caminho, Alice Brandão, comentou sobre uma das mais emblemáticas, dentre as centenas de perguntas presentes na obra kardecista: “Por que sou espírita?”. Em um testemunho emocionante, ela contou que há 42 anos retirou a palavra revolta de sua vida e seguiu o mandamento “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. O Espiritismo, ela diz, foi  “minha alavanca, e a fé, meu ponto de apoio”.  

Aspectos científicos e filosóficos do Espiritismo foram abordados por Marcus Machado, coordenador geral do Conselho Regional Espírita 03 e diretor do Sistema de Integração Federativa da Federação Espírita do Estado da Bahia. Segundo ele, a doutrina foi apresentada por Allan Kardec como a ciência que estuda a origem e tem como objeto de estudo o espírito, “um pensar diferente do materialismo, busca entender a alma”. Como ciência, entende, a doutrina dialoga com diversos saberes e trata da essência e nossa relação com Deus; e como filosofia supera todo tipo de divisão e dicotomia. “Somos seres espirituais”, pontuou. No final da sessão, distribuiu exemplares do Livro dos Espíritos para os presentes.