Uma suposta proibição à atuação de pregadores evangélicos, junto à pacientes internados no Hospital Clériston Andrade, medida que teria sido adotada pela direção da unidade de saúde estadual em Feira de Santana, repercutiu na Câmara Municipal nesta terça-feira (7) em discursos de vereadores ligados ao segmento evangélico. Edvaldo Lima (UB) fez críticas à direção do hospital, uma vez que entende ser importante a prestação do serviço de assistência espiritual.
Ele destacou que há, no Município, um número considerável de homens e mulheres preparados para exercer a atividade de capelania e evangelização em hospitais e estabelecimentos prisionais. “Temos 16 anos evangelizando quem está doente. E tem igreja que já libertou dezenas de presos da marginalidade. Quando se proíbe o evangelho, se coloca as drogas dentro do presídio”, reclamou, alegando que a restrição atinge pessoas necessitadas de palavras de amor e de conscientização.
A medida pode ter sido inspirada em uma resolução do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, publicada no final de abril último. A norma estabeleceu critérios em presídios sobre proselitismo religioso (conversão de detentos) e cobrança de dízimos nas prisões.
Eli Ribeiro (Republicanos) ressaltou que a Igreja Universal do Reino de Deus é uma das entidades religiosas que está presente em quase todos os estabelecimentos prisionais brasileiros. “Infelizmente a gente se depara com um documento como este, que pode dificultar levar a palavra de Deus lá no presídio”, disse.
“Se não fosse o trabalho solidário e combativo que as igrejas realizam dentro dos presídios”, assegurou Pastor Valdemir (PP), a questão da criminalidade poderia estar mais grave no Brasil. “O que seria do nosso país, cidade e estado, sem este trabalho que faz mudança? Digo isto, porque vemos o jovem entrar amador nos presídios e saírem criminosos profissionais”, argumentou.
Foto: Ney Silva
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