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Vozes de diversos segmentos se unem pelo fim da intolerância religiosa em Sessão Solene
3 de dezembro de 2021

Vozes representando os mais diversos segmentos da população se uniram em um discurso único, na noite desta quinta-feira (2), em defesa do combate à intolerância religiosa, em todos os níveis. Respeito foi a palavra de ordem na Sessão Solene da Câmara Municipal, por iniciativa do mandato do vereador Jhonatas Monteiro (PSOL), em parceria com o Comitê Interreligioso e das Liberdades Laicas de Feira de Santana (COINTER), para celebrar o Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa. 
 
 
 
Representantes de instituições públicas, religiosas, sociais e culturais lotaram o plenário e a galeria da Casa da Cidadania, em uma noite de debates sobre o direito de escolha da crença de cada um, e até mesmo de não ter crença. “É preciso exercitar o respeito, acima de tudo”, defendeu o vice-presidente do Legislativo, Silvio Dias (PT), que disse ser motivo de honra e orgulhoo em dividir a condução dos trabalhos com o autor da proposta de realização da sessão que discutiu tema de grande relevância. 
 
 
 
Coube a Jhonatas Monteiro saudar os convidados, que voltou a defender o fim do discurso do ódio, da desigualdade e das diferentes formas de opressão. “O desafio é todos os dias do ano, pela construção de um caminho constitucional para combater a intolerância religiosa”, afirmou o vereador, lembrando que a garantia da diversidade de crença é estabelecida no artigo 5º, da Constituição Federal. “Precisamos desconstruir os preconceitos e promover o diálogo inter-religioso”, pregou.  
 
 
 
O palestrante da noite, professor Evandro Nascimento, reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), lembrou que a intolerância – que é uma forma de racismo – é histórica no país. “O colonialismo europeu só admitia um único Deus e até hoje, os índios são assediados para abandonarem sua crença e passem a ter uma fé que não é a sua”, disse, destacando a violência e a opressão contra os negros e as religiões de matrizes africanas de modo geral. “É a nossa atitude que importa, não a nossa religião”, frisou.  
 
 
 
Para Dom Zanoni Demettino Castro, Arcebispo Metropolitano, o momento é de partilhar esperança por um mundo melhor e não de disseminar preconceito, racismo estrutural e intolerância religiosa. “Precisamos construir uma nação onde todos sejamos sujeitos protagonistas, respeito as manifestações de nossas origens”, afirmou, citando expressões como o samba, a capoeira e a umbanda, dentre tantas outras. “Devemos ter consciência do que somos, retomar o caminho de Jesus, que não teve preconceito, não foi misógino”, lembrou. 
 
 
 
A busca do respeito e da paz foi também o tom do discurso de Mãe Graça de Nanã, coordenadora da Federação Nacional do Culto Afro Brasileiro (FENACAB). “Nossos terreiros são atacados, quando registramos ocorrência eles não querem admitir a intolerância. Ser tolerante é amar o outro como a nós mesmos. Não vamos mais aceitar ser xingados, açoitados”, disse. Lembrando que   o racismo religioso faz parte do cotidiano, o Reverendo Adriano Portela, presidente do COINTER, fez um apelo às lideranças religiosas: “Temos que usar a nossa voz para informar os cidadãos dos seus direitos”.  
 
 
 
De acordo com Geraldo Araújo, vice-presidente do COINTER, é a laicidade que garante a liberdade de crença. “Deus deu ao homem o livre arbítrio e ninguém pode nos tirar isso”, disse. Também se manifestaram durante a sessão representantes de Centros Espíritas, Conseho Municipal das Comunidades Negras e Indígenas, Movimento Moviafro, Centro de Pesquisa de Religião e Igrejas. Lembrando que o Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa, foi instituído pela Lei Ordinária nº 2999/2009, e é comemorado no dia 16 de novembro.   
 
 

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